Relativização da Violência

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Relativização da Violência
Foto: Reprodução

Muito se houve ou se lê, quando sabemos de um caso de violência, “ah, mas alguma coisa ela fez pra merecer isso“, “isso não teria acontecido se tivesse ficado de boca fechada“, “ah, eu não acredito nisso, o fulano, tão bom, tão legal, não faria isso, se fez é porque teve motivos“, etc…

E outro fato, não menos relevante, as pessoas relativizam tanto a violência que não ligam mais, tratam isso como coisa normal, no máximo se indignam naquele momento, pra mostrar que acharam horrível, porque afinal, o politicamente correto pede que façam isso, dois segundos depois esquecem o fato.

Ninguém pensa que alguém sofreu uma violência, seja física, verbal ou psicológica, tem a sua vida devastada, quebrada, se sente só, se sente um lixo. E muitas vezes pensa, será que podia ter evitado? Será que não sou eu a errada? Será, se, talvez…palavras que ficam martelando na cabeça, pra tentar justificar a barbárie cometida por outra, que se achou no direito de fazer o que fez e que muitos preferem fingir que não viram. É mais fácil não pensar muito naquilo, porque afinal, a vítima foi outra.

E assim a violência vai tomando forma, criando ares de normalidade.
Por isso tantas mulheres sofrem violência nesse país e nada acontece.

E como eu li uma vez de uma mulher que sofria violência do marido, dia sim, outro também, as marcas roxas diminuem com o passar dos dias, o que fica no nosso interior, as marcas psicológicas, essas não saem nunca.
E eu pergunto, que tipo de pessoa você é? A que vai fingir que não viu, a que vai tentar achar uma justificativa, a que vai se indignar por dois segundos? Pense no quanto você contribui pra essa violência que um grande número de pessoas sofrem, não só mulheres, pretos, pobres, crianças, idosos, e que você contribui no momento em que prefere fingir que não acontece.

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