Takahiro Shiraishi admitiu que matou e esquartejou oito mulheres e um homem. Ele localizava as vítimas na rede social.
Um japonês de 30 anos, conhecido como o “assassino do Twitter”, foi condenado à morte nesta terça-feira (15) por um tribunal de Tóquio pelo assassinato de nove pessoas que conheceu pela internet.
Durante o julgamento, Takahiro Shiraishi admitiu que matou e esquartejou oito mulheres e um homem, com idades entre 15 e 26 anos.
Desenho de setembro de 2020 ilustra Takahiro Shiraishi em um tribunal de Tóquio — Foto: AFP/Masato Yamashita
Os advogados de Shirashi solicitaram a pena de prisão perpétua, alegando que ele não deveria receber a pena de morte porque as vítimas, que expressavam tendências suicidas nas redes sociais, teriam dado consentimento para os assassinatos.
Mas a alegação, que foi rebatida pelo próprio acusado, foi rejeitada pelo tribunal.
“Nenhuma das nove vítimas consentiu em ser assassinada, incluindo consentimento silencioso”, afirmou o juiz, de acordo com o canal de televisão público NHK.
O magistrado classificou os atos como “extremamente graves” e considerou que a “dignidade” das vítimas foi “pisoteada”.
Shiraishi conquistava a atenção das vítimas no Twitter. Ele afirmava que poderia ajudá-las a concretizar seus planos suicidas e até mesmo morrer ao lado delas.
Shiraishi também foi julgado por ter esquartejado as vítimas e armazenado os restos mortais em geladeiras em seu pequeno apartamento de Zama, um subúrbio ao sudoeste de Tóquio.
Em 31 de outubro de 2017, a polícia encontrou 240 pedaços de corpos humanos armazenados em geladeiras ou caixas de ferramentas cobertas com areia para gatos em uma tentativa de disfarçar o odor.
Policiais se reúnem em frente a apartamento onde polícia encontrou partes de corpos na cidade de Zama, ao sul de Tóquio, no Japão, em foto de outubro de 2017 — Foto: Toru Yamanaka / AFP
A última execução no Japão – de um chinês que matou quatro pessoas da mesma família em 2003 – aconteceu há um ano.