Carlos Marighella – Inimigo Número Um das Forças Armadas

Carlos Marighella foi considerado “O Inimigo Número Um” pelas Forças Armadas durante a Ditadura Militar (1964-1985). Político, escritor e guerrilheiro, ele foi deputado federal em 1945, fundador da ALN (Ação Libertadora Nacional) e membro do PCB (Partido Comunista Brasileiro), do qual foi expulso após retornar de Cuba, onde participou da Conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade).

1. Expulso do PCB e a Luta Armada

Em 1967, após sua expulsão do PCB, Marighella aderiu à luta armada como forma de resistência à ditadura. A ALN realizou ações consideradas “espetaculares” por alguns e “terroristas” por outros, como:

O assalto ao trem pagador em São Paulo (1967).
O assalto ao carro pagador no Rio de Janeiro (1967).
O assassinato do major norte-americano Charles Sandler (com apoio da VPR).
O sequestro do embaixador dos EUA (1968, em parceria com o MR-8).

2. A Emboscada e a Execução

No dia 4 de setembro de 1969, Marighella foi atraído para uma armadilha na Alameda Casa Branca (SP), em uma operação comandada pelo delegado Sérgio Fleury e agentes do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).

Principais revelações sobre sua morte:

Não houve troca de tiros: Laudos provam que Marighella não disparou contra a polícia.
Tiros da própria polícia mataram a policial Estela Borges Morato e o protético Friedrich Rohmann, que passava no local.
Execução sumária: Marighella foi atingido por quatro tiros e morto aos 58 anos.

3. Responsabilidade do Governo

1996: O Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado por sua morte.
2012: A Comissão da Verdade oficializou sua anistia post mortem.