Espalhando seus ideais através do Observatório Constitucional, Badaró foi alvo de um dos primeiros casos de impunidade do país
Giovanni Battista Líbero Badaró foi um jornalista italiano erradicado no Brasil que foi assassinado em 1830, em plena crise política do Primeiro Reinado. Crise que se agravou com a morte do oposicionista, pois Badaró era uma importante figura na crítica aos acontecimentos políticos daqueles tempos através do jornal Observatório Constitucional.
O que se diz é que Líbero Badaró morreu pela defesa que praticava pela liberdade de imprensa contra os abusos da monarquia e da Constituição. Também teria sido executado por atacar a maior autoridade jurídica de São Paulo, Ladislau Japiaçu e os autoritarismos da província. Entretanto, muitos historiadores discutem que Dom Pedro I estaria envolvido no crime.
O que se sabe é que na noite de 20 de novembro de 1830, quando voltava para casa, o jornalista foi abordado por quatro alemães que o atacaram com um bacamarte, que o levou à morte. Dizem que, no leito da morte, bradou “Morre um liberal, mas não a liberdade”.
O primeiro assassinato de um membro da imprensa por atuação midiática da história do Brasil gerou revolta, e seu enterro foi gigante. O povo queira justiça por Badaró, mas a conivência dos tribunais com a impunidade do ouvidor Japiaçu aumentou ainda mais as suspeitas de que Pedro I poderia ter encomendado essa morte. Somente Henrique Stock, um dos alemães, foi preso.
O caso abalou ainda mais a credibilidade política do governo de Dom Pedro, que já via seu prestígio decaindo há tempos. Cada vez mais, era clara a postura autoritária do monarca, que no ano seguinte abdicou o trono e voltou a Portugal como liberal constitucionalista.