Comitiva da Alepa participa do lançamento do Fundo Brasil-ONU

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Foto: Celso Lobo (AID/Alepa
Em Santarém, o evento foi realizado por meio de uma parceria entre o Sistema das Nações Unidas, Governo Federal e Governos estaduais da região, por meio do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal Brasileira, e contou com a assinatura do documento que oficializa o Fundo.
Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

Uma comitiva formada por nove deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) participou, nesta quarta-feira (02/08), do lançamento nacional do Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, realizado no Centro de Convenções Sebastião Tapajós, em Santarém, na região do oeste paraense. O evento foi realizado por meio de uma parceria entre o Sistema das Nações Unidas, Governo Federal e governos estaduais da região, por meio do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal Brasileira, e contou com a assinatura do documento que oficializa o Fundo.

A programação foi dividida em dois blocos. O primeiro, com a temática “Da Amazônia para o Mundo”, teve as boas-vindas e a palavra de abertura do governador do estado, Helder Barbalho; seguidas do pronunciamento do representante do Governo Federal, Waldez Góes, Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional; e do discurso da convidada de Honra: Amina J. Mohammed, Vice-Secretária Geral da Organização das Nações Unidas.

Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

A mesa foi composta pelo chefe do Executivo paraense, Helder Barbalho; a vice-governadora Hana Ghassan; o presidente da Alepa, presidente Chicão; o ministro Waldez Goés; os governadores dos Estados do Amazonas, Wilson Lima; do Amapá, Clécio Luís; de Roraima, Antônio Denarium; a deputada federal Elcione Barbalho e o deputado federal Henderson Pinto; além do prefeito de Santarém, Nélio Aguiar. O evento também contou com a presença de outras autoridades de alto nível do Governo Federal, representantes dos Governos dos estados amazônicos, de órgãos diplomáticos, de organismos internacionais, sociedade civil e do setor privado.

Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

Além do presidente da Alepa, deputado Chicão, participaram os deputados: Lu Ogawa, Josué Paiva, Iran Lima, Erick Monteiro, o recém-empossado Eliel Faustino, Nilton Neves, Maria e Ana Cunha. Chicão acredita que a confirmação de que Belém irá sediar a COP 30 em 2025 já começou a atrair grandes eventos. “Tivemos, algumas semanas atrás, a presença do presidente Lula anunciando as obras, já visando a parceria que ele tem com o governo do estado para esses eventos que irão acontecer. Portanto, este também é um evento muito importante para debater sobre a Amazônia dentro dessa realidade, dentro desse conhecimento que só os amazônicos têm da sua própria região”, declarou.

Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

O governador Helder Barbalho afirma que este é um momento preparatório da COP 30, em que a convocação global chega para a Amazônia, para debater os desafios ambientais, mas também para ouvir os amazônidas, para conhecer as realidades sociais, os desafios da construção de um modelo de desenvolvimento que possa ser inclusivo.

“Que a conciliação floresta e gente possa ser a solução para que, efetivamente, possamos cumprir com os nossos desafios ambientais, ao tempo em que encontremos soluções que permitam com que a população da floresta, com que os amazônidas, nós que aqui vivemos possamos ter uma vida melhor com sustentabilidade. Neste momento, o Pará lidera esta agenda, é protagonista desta discussão, estamos tendo em Santarém este importante encontro das Nações Unidas, que é um preparatório para a COP, quando Belém será sede em 2025. Também podendo receber esta semana a Cúpula da Amazônia, onde todos os chefes de Estado da Panamazônia se reúnem em nossa capital para emitir as opiniões e convergências de temas que são fundamentais para a Pan Amazônia”, pontuou Helder.

“Amazônia precisa ser vista, sentida e ouvida”
A Vice-Secretária Geral da ONU, Amina J. Mohammed, abriu o discurso, após ser apresentada com todas as suas credenciais, informando que, sobretudo, o sumário mais importante da sua vida era seus seis filhos e quatro netos. No seu pronunciamento, ela cumprimentou a todos e, em especial, os povos indígenas, e afirmou, mais de uma vez, que, para além de falar sobre a Amazônia, é preciso ver, ouvir e sentir a Amazônia.

Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

“Eu precisava vir ao Brasil para ver, ouvir e sentir vocês. Gostaria de pedir que parem de falar mais sobre a Amazônia e visitem a Amazônia. Precisamos pensar em tudo que a Amazônia dá para que possamos respirar no mundo. Por isso, quem aqui vive merece viver uma vida digna. E como muitos falaram aqui, temos muitos desafios pela frente. Temos injustiças que carregamos e que precisam ser corrigidas. No próximo ano, o Brasil será líder do G-20, e temos altas expectativas do Brasil nessa liderança, por isso a parceria com o Brasil, especialmente com a Amazônia, é tão importante”, pontuou, lembrando da importância dessa escuta ser pautada pela igualdade de gênero.

“Temos que pensar o que queremos. Estamos falando de mulheres e de nossos jovens. Precisamos saber o que eles veem de futuro, o que são essas aspirações. E ouvir essas pessoas significa ouvir não somente homens, mas significa ouvir mulheres também (…). A Amazônia dá, dá e dá, e isso significa que precisamos investir, investir, investir”, finalizou.

Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, lembrou que o governo federal já intensificou as relações internacionais desde que assumiu, e que agora está buscando restabelecer as relações do princípio federativo.

“Mesmo com diferentes matizes políticas, buscamos pontos de encontro aos interesses comuns, e é muito bom encontrar parceiros. A Amazônia, a cada mês, a cada ano, se apresenta para dentro e fora do Brasil muito mais qualificada, organizada, com proposta, propósito e prioridade. Isso gera confiança, porque hoje temos uma sinergia muito grande entre o governo federal e as regiões do país. E a missão do Desenvolvimento Regional é a redução das desigualdades, da fome, que é prioridade do governo, junto com a defesa da democracia e do clima, sem abrir mão da responsabilidade fiscal”, ressaltou.

Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

“É preciso reflorestar mentes”
No segundo bloco do evento, discursou a primeira secretária dos Povos Indígenas do estado do Pará, Puyr Tembé. Para ela, o evento assume um lugar inédito no que se refere ao olhar sobre o amazônia.

“Parabenizo a iniciativa do nosso governador, da ONU, que vêm pensando na coletividade da Amazônia como um todo. É preciso que demais biomas busquem instrumentos como esse. E não dá para falar de Amazônia sem falar da população (…). E se falando de Amazônia, é preciso que o planeta reconheça e enxergue o que essa sociedade, o nosso povo, tem feito para o mundo. E falar de desenvolvimento sustentável é falar que é preciso seguir com a demarcação dos territórios indígenas. É preciso proteger os rios, é preciso proteger os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais. (…). E estar se juntando nessa luta com a ONU é um bom sinal, porque precisamos reflorestar as mentes. Viva a luta dos povos indígenas. Nunca mais um Brasil sem nós. Nunca mais a Amazônia sem os povos da Amazônia”, concluiu.

A segunda parte da cerimônia também contou com a apresentação do vídeo institucional do Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia; e com o pronunciamento da coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks; do embaixador, Secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey; e do governador do Amazonas, Wilson Lima.

 

Reportagem: Natália Mello – AID – Comunicação Social
Edição: Andreza Batalha – AID – Comunicação Social
Fonte: Alepa