Helder Barbalho governador do Pará “Do céu ao inferno”

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7 de fevereiro de 2021

PF pede indiciamento de Helder Barbalho no caso dos 400 respiradores por R$ 50 milhões no Pará

Em de 28 de outubro de 2018 o TN BRASIL TV publicou “Helder Barbalho (MDB) é eleito governador do Pará” vencendo Márcio Miranda, do DEM, com 2.068.319 votos, o candidato demista recebeu 1.663.045 votos.

O currículo de Helder é maravilhoso: Vereador de Ananindeua de 2001 a 2003, Deputado Estadual de 2003 a 2004, prefeito de Ananindeua em dois mandatos consecutivos 2005 a 2013, titular do Ministério da Pesca e da Agricultura (2015), Ministro-chefe da da Secretaria Nacional dos Portos (2015/2016), Ministro da Integração Nacional (2016/2018), hoje governador do Pará.

Helder assumiu o governo com áurea de que faria excelente mandato, mudaria a história do Pará dando ao paraenses progresso, dias melhores. Helder Barbalho estava no céu.

PANDEMIA

Mas aí veio a pandemia do coronavírus-COVID-19 que já matou no mundo 2.311.523 pessoas, e só no Pará 7.717 pessoas foram ceifadas.

Na pandemia Helder Barbalho agiu rápido com medidas pontuais como monitoramento dos aeroportos, nos terminais rodoviário e hidroviário, nos portos, fechamento das escolas, quarentena, o temido LOCKDOW, Hospital de Campanha e outros investimentos na área da saúde, distribuição de cestas básicas e lanches. Aqui, Helder Barbalho é “O Rei do Norte” título dado em alusão a John Snow, uma personagem fictícia da série de livros de fantasia As Crônicas de Gelo e Fogo, transformado em série “Games Of Thrones“.

Helder Barbalho enfrentou o presidente Jair Bolsonaro e afirmou em entrevista para BBC “Estamos fazendo a nossa parte aqui. Nós não vamos nos apegar ao calendário de quem quer que seja, muito menos pedir autorização a quem quer que seja para cumprir com a nossa obrigação que é defender a população paraense“.

CRISES NA PANDEMIA

Mas aí a pandemia continuou e com ela o céu de Helder começou a se transformar em inferno. Os ataques de catapultas e aríetes, sem contar as flechas inflamadas, abalaram as estruturas das muralhas do Reino do Norte, veja: denúncias de lanches e cestas básicas superfaturadas despertando o interesse da mídia, o site CORREIO BRASILIENSE publicou “PF mira fraude de R$ 73 mil na compra de cestas básicas pelo governo do Pará“, o G1 noticiou “Operação investiga compra de garrafas pet vazias pela Sespa” no total de quase 2 milhões, sendo que cada unidade custou R$1,50.

Outras denuncias foram surgindo, porém a que causou maior escândalo, barulho e criticas, e dor de cabeça, é o caso dos respiradores denominado pelas autoridades de “inservíveis“. Diante do ocorrido o ESTADÃO publicou “PF pede indiciamento de Helder Barbalho e outros sete investigados por compra sem licitação de 400 respiradores por R$ 50 milhões no Pará”, na Operação Para Bellum determinada pelo STJ (Supremo Tribunal de Justiça) o governador Helder Barbalho e mais 22 pessoas foram alvo da operação para apurar fraudes na compra de respiradores pulmonares pelo governo do Pará para ajudar no combate ao novo coronavírus. Ainda na operação R$ 750 mil foram encontrados na casa do secretário adjunto da gestão administrativa da Saúde do Pará, Peter Cassol (exonerado em seguida).

O constrangimento que o governador e sua família ficaram expostos é sem precedentes na história do estado – O céu de Helder Barbalho agora virou um inferno particular.

A pandemia foi um verdadeiro divisor de águas no mandato do governador.

IMPRENSA

Uma das ações que gerou inquietação no meio jornalístico foi a decisão do juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira que ordenou busca e apreensão na casa de jornalistas acusados de Fake News. O G1 assim publicou “Polícia cumpre busca e apreensão na residência de três blogueiros no Pará” dados pessoais de Diógenes Brandão vazou (cpf, rg e até o endereço), sem preocupação alguma com a integridade física do profissional. Eduardo Sarmento Cunha e Jhonathan Souza da Silva também foram alvos da ação policial. Os acusados não foram presos.

Ronaldo Braziliense, jornalista mais premiado no Pará também sofreu ação da Polícia Civil sob a mesma acusação de Fake News.

Muitos jornalistas se posicionaram protestando contra o ato policial, que no entender de alguns tratou-se de intimidação, empastelamento.

Entretanto, suscitou o debate sobre o que é Fake News? Até onde vai a liberdade de imprensa (garantida na Constituição Federal) e de expressão? Como diferenciar liberdade de imprensa, expressão e ataque a honra?

PRIMEIRO PEDIDO DE AFASTAMENTO

Em 11 de novembro de 2020 o Ministério Público do Pará (MP-PA) pediu à Justiça que decretasse o afastamento liminar do governador, Helder Barbalho (MDB), em razão de supostos atos de improbidade administrativa ligados à compra de 400 respiradores “inservíveis” no valor de R$ 50 milhões.

REAÇÕES DE PARLAMENTARES E PEDIDOS DE IMPEACHMENT

Diante do cenário o deputado estadual Thiago Araújo, do Cidadania, Delegado Caveira, do PP (Partido Progressista) e delegado Toni Cunha, do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) pediram impeachment do governador. Em vídeo publicado em 5 de outubro de 2020 Toni Cunha disse que “O governador HELDER BARBALHO não tem mais nenhuma condição de governar o Estado do Pará. Se não quer atrapalhar investigações, precisa se afastar imediatamente“.

NOVO PEDIDO DE INDICIAMENTO

No último sábado (06) foi tornado publico o pedido da PF (Polícia Federal) de indiciamento do governador Helder Barbalho, pelo menos quatro crimes são listados no DESPACHO SANEADOR E DE INDICIAMENTO assinado pelo delegado federal, JOSE ELOÍSIO DOS SANTOS NETO, datado de 27 de janeiro de 2021, são eles: Crimes licitatórios, Falsidade documental e ideológico, Corrupção ativa e passiva e Lavagem de capitais (dinheiro).

CLIQUE para baixar o DOC na íntegra – INDICIAMENTOHELDER BARBALHO

Helder Barbalho nega ter cometido irregularidades e afirma que o governo estadual denunciou, no ato de conferência dos respiradores, eles não funcionavam contra a COVID19.

“Além de denunciar, [o governo] bloqueou os bens dos fornecedores enquanto não teve ressarcido todo o valor da entrada da compra, 25 milhões de reais que foram integralmente devolvidos ao erário”, afirmou, em nota. Para o Governo do Estado, o relatório [da PF] não prova o envolvimento do governador em nenhum ato ilegal ou antiético.

Somente a justiça é quem de fato dirá se o governador é ou não culpado, mas é fácil concluir que a vida do governador não anda nada tranquila, que pode até não ser um inferno, mas céu não é.

PEDIDO PARA SUSPENSÃO DO SEGREDO DE JUSTIÇA

Conforme imagem abaixo foi solicitada a suspensão do segredo de justiça pelo fato da investigação ter sido exposto de modo público desde o início, e principalmente atendendo ao princípio da publicidade:

A pergunta que fica:

Como pode um governador ir do céu ao inferno em tão pouco tempo? Qual a razão?

UMA PALAVRA

A eleição de Helder Barbalho governador, representou o sonho e a esperança de um estado, a confiança do povo no ente político, a inspiração para uma nova geração de políticos que viram em sua história de sucesso político uma alavanca para construção de novas história.

Caso julgado e condenado os livros de história poderão reservar um capítulo especial para Helder Barbalho, com o título “O Rei que tinha tudo, mas que na verdade nunca teve NADA”.