A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pela decisão do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), que soltou o traficante conhecido como André do Rap, apontado como chefe do PCC. Horas depois da decisão de Marco Aurélio, o presidente do STF, Luiz Fux, suspendeu a soltura do traficante.
Fux atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a suspensão da liminar do ministro Marco Aurélio sob o argumento de que a decisão violava a ordem pública. Solto na manhã de sábado (10), André ainda não foi encontrado. Segundo o UOL, investigadores acreditam que ele tenha embarcado em um avião particular até o Paraguai.
Em uma resposta no Twitter à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), Janaina escreveu: “Deputada, foi o Presidente Bolsonaro, seu ídolo, que sancionou essa pérola! Esqueceu?”, disse ela em referência ao pacote anticrime, projeto sancionado pelo presidente em dezembro de 2019 após aprovação do Congresso Nacional. E completou: “A população apoia a luta contra o crime, mas ELE NÃO!”.
Acompanhado do texto, Janaina publicou uma imagem de um artigo do Código de Processo Penal (CPP) que permite uma revisão da tutela de presos provisórios a cada 90 dias. O dispositivo passou a fazer parte do ordenamento jurídico no fim do ano passado, com a sanção do pacote anticrime.
Ex-aliada
A advogada Janaina Paschoal foi uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Assim como Bolsonaro, ela foi uma das personagens políticas que emergiu do processo de afastamento da petista. A advogada chegou a ser cotada para ser candidata a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2018, mas acabou se lançando para o cargo de deputada estadual, sendo eleita com mais de 2 milhões de votos.
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em marco, ela criticou Bolsonaro pela postura diante da pandemia e disse que ele não poderia mais ficar à frente da nação. Na ocasião, Janaina disse que Bolsonaro usurpou do poder ao interagir com o público quando o mundo enfrenta um “inimigo visível”, o coronavírus. “Eu me arrependi do meu voto. As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar, não temos tempo para um processo de impeachment”, afirmou.
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Fonte: Congresso em Foco