
As razões para a suposta vida dupla são “até agora desconhecidas”, segundo a Promotoria.
A trama foi investigada pela Polícia Civil de São Paulo após o magistrado tentar tirar uma nova via do RG com o nome falso em outubro do ano passado, em um Poupatempo na capital paulista.
O g1 busca contato com o juiz, mas ainda não havia conseguido até a última atualização desta reportagem. O processo corre em segredo de Justiça.
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Ato de aposentadoria do juiz foi publicado em 2018. — Foto: Reprodução/Diário de Justiça Eletrônico de São Paulo
Segundo o Ministério Público, o juiz aposentado Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, de 67 anos, na verdade se chama José Eduardo Franco dos Reis. Durante toda a carreira no Judiciário paulista, usou o nome falso e ocupou cargos de destaque no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Com a personalidade fictícia, ainda de acordo com a denúncia, José Eduardo Franco dos Reis estudou Direito na USP na década de 1980, prestou concurso e ingressou na magistratura paulista na década seguinte.
Durante toda a carreira no Judiciário paulista, usou o nome falso e ocupou cargos de destaque no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Como juiz, atuou em varas cíveis, nas quais proferiu milhares de decisões. As sentenças eram assinadas como “Edward Albert Lancelot D C Caterham Wickfield”.
Ele também atuou como coordenador do Núcleo Regional da Escola Paulista da Magistratura em Serra Negra (SP). Seu ato de aposentadoria foi publicado em 2018.
Em 23 de dezembro de 1995, reportagem da “Folha de S.Paulo” destacou a aprovação de filhos de estrangeiros no concurso de juiz.
“Outro filho de imigrantes é Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, 37, descendente de nobres britânicos e futuro juiz em Limeira”, dizia o texto. À época, ele contou ao jornal que morou até os 25 anos na Inglaterra e era neto de um magistrado britânico. “Embora seu avô tenha sido juiz no Reino Unido, ele garante que o precedente familiar não o ajudou no concurso.”
“Wickfield” se aposentou em abril de 2018, segundo registro no “Diário da Justiça Eletrônico” do estado.
Fonte: G1