Harris destruiu muitas barreiras com sua vitória.
Kamala Devi Harris, filha de imigrantes jamaicanos e indianos, é a primeira mulher, mulher negra e a primeira pessoa de descendência sul-asiática a ser eleita vice-presidente, destruindo uma das últimas barreiras contra as mulheres no governo dos EUA.
Harris, de 56 anos de idade, deu uma injeção de ânimo e entusiasmo entre os democratas quando Joe Biden a escolheu para ser sua vice-presidente. Com a escolha de Harris, muitos democratas viram que Biden criou uma “ponte” para o futuro de um partido em constante mudança e crescendo em diversidade.
Primeira Mulher
Como primeira mulher negra a assumir a vice-presidência, tendo atuado no mais alto posto jurídico da Califórnia, Harris muito provavelmente exercerá um importante papel administrativo na questão das tensões raciais e lidando com o racismo praticado pelas polícias. E ela também enfrentará uma Suprema Corte conservadora que parece estar a ponto de revogar os direitos reprodutivos das mulheres, podendo até mesmo ameaçar Roe v. Wade.
Essas questões, especialmente o movimento Black Lives Matter, serão uma oportunidade histórica para Harris como líder em um partido cuja liderança, composta majoritariamente por homens brancos e mais velhos, se distanciou de uma base cada mais jovem, diversa e cheia de energia. Mas elas também podem ser um desafio.
Criticas
Harris vem sendo criticada por ativistas do movimento pelas medidas de endurecimento contra o crime que adotou quando atuava na Califórnia. Mesmo que ela tenha abraçado o Black Lives Matter e defendido a necessidade de mudanças na atuação da polícia durante sua campanha presidencial, existe um certo nível de desconfiança entre Harris e algumas das vozes principais do movimento pela justiça racial.
Ela também enfrentará desafios que seus antecessores não enfrentaram: é alvo de comentários racistas e sexistas, incluindo zombaria constante por parte dos republicanos, entre eles Trump e o senador David Perdue, que insistem em pronunciar seu nome errado. Trump a chamou de “monstro” depois do debate entre ela e o vice-presidente Mike Pence, e sempre a ataca durante seus comícios.
Harris
Harris não procurou enfatizar muito a questão do gênero durante a campanha, como fizeram outras candidatas — nas primárias do partido democrata, Kirsten Gillibrand construiu uma campanha cor-de-rosa enfatizando as questões femininas, e Elizabeth Warren fez promessas com garotinhas.
Porém, durante as primárias, Harris fez questão de usar pronomes “ela/dela” quando falava da presidência e descrevia integrantes de seu gabinete. As palavras dela às vezes provocavam aplausos, e até mesmo surpresa, entre a audiência.
Ela disse
Ela disse em entrevista ao BuzzFeed News nos EUA, em 2019, que estava fazendo isso para ajudar as pessoas a enxergarem melhor o que era possível fazer na política.
“Eu sempre tive a consciência de que nesse tipo de trabalho, estamos tentando fazer as pessoas enxergarem o que nunca viram antes,” disse Harris.
Fonte: BuzzFeed