O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu neste sábado que os governos declarem “estado de emergência climática” na abertura de uma reunião de cúpula virtual para comemorar o quinto aniversário dos Acordos de Paris.
Os compromissos atuais “estão longe de ser suficientes” para limitar o aumento da temperatura média do planeta a um máximo de 1,5 ºC, alertou Guterres, ao discursar na cúpula, na qual dezenas de chefes de Estado e de Governo participam por videoconferência.
O encontro tem como objetivo voltar a pressionar a comunidade internacional após quase quatro anos de incertezas, causadas pela saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris (COP21), que lançou as bases históricas de um pacto de combate às mudanças climáticas.
Brasil e Austrália, ausentes
O presidente francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente chinês Xi Jinping, além de representantes empresariais, da sociedade civil e dos povos indígenas, participam do encontro organizado pelas Nações Unidas, Reino Unido e França, além de Chile e Itália.
Os oradores foram selecionados pela ambição de seus objetivos climáticos, segundo os organizadores, que prometem que “não haverá espaço para declarações genéricas”. Os ausentes incluem Brasil e Austrália, cujas metas são consideradas insuficientes.
“Há motivos para ter esperança”
Prefeito de Londres Sadiq Khan discursa em videoconferência na prefeitura de Paris para celebrar quinto aniversário do Acordo de Paris sobre el clima
No dia 12 de dezembro de 2015, entre os aplausos das delegações de 195 países, terminaram 13 dias de duras negociações em Paris na reunião da ONU sobre clima COP21.
Quase todo o planeta se comprometeu a reduzir o aquecimento “claramente” abaixo de + 2 ° C, e se possível + 1,5 ° C, em relação à era pré-industrial.
Para dar o exemplo, a União Europeia concordou na sexta-feira em aumentar seu compromisso com a redução das emissões, que agora serão de 55% até 2030 (40% anteriormente). O Reino Unido, por sua vez, comprometeu-se a reduzir em 68% suas emissões de gases.
A China é o principal emissor de gases de efeito estufa, e os compromissos que assumiu em Paris foram menores, o que motivou em grande parte a retirada dos Estados Unidos.
Com informações de exame