Pará 2026: Os atores se movimentam

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Na disputa majoritária para 2026 no Pará: governo e senado, o tabuleiro político está em plena montagem, onde muitas variáveis estão em curso produzindo muitas incertezas para o embate democrático que se aproxima / Foto: Edição TNB

Na disputa majoritária para 2026 no Pará: governo e senado, o tabuleiro político está em plena montagem, onde muitas variáveis estão em curso produzindo muitas incertezas para o embate democrático que se aproxima. Dois polos parecem estar se moldando nas disputas para o governo do estado enquanto nas disputas senatoriais parece que emergirão pelo menos cinco grandes atores políticos.

Para a disputa para o governo do estado, o governador Helder está agindo fortemente para tentar eleger como sua sucessora a vice-governadora Hana Ghassan enquanto os blocos oposicionistas se movimentam para tentar se unificar em torno de um único nome, surgindo com muita força o nome do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos.

Helder, montado em sua boa aprovação na frente do governo do Pará tentará fazer 4 façanhas: eleger-se senador, eleger Hana governadora, reeleger a sua bancada federal e eleger a segunda vaga para o senado. Helder ainda conta com uma ampla base de deputados estaduais, prefeitos, vereadores e uma ampla aliança partidária para perseguir seus objetivos políticos em 2026.

Helder enfrentará uma oposição de ex aliados do passado como Daniel Santos, Eder Mauro, Zequinha Marinha e Simão Jatene. Mas Helder também terá contra si os emedebistas históricos que foram abandonados nas eleições de 2024 nos municípios paraenses. Estes “esquecidos e abandonados” estão de prontidão para dar o “troco” ao governador, unindo-se à oposição.

Os observadores políticos poderão acompanhar se o governador Helder conseguirá transferir votos para a candidata Hana Ghassan, ou seja, Helder tentar obter dois votos de cada eleitor, um voto pra si e outro para a sua candidata ao governo, numa situação onde a sua candidata nunca foi provada, de forma individual em uma disputa eleitoral.

Por outro lado, a oposição vem com nomes muitos conhecidos pelas suas experiências eleitorais, todos com grande visibilidade a partir de disputas majoritárias, seja para prefeito, senador ou governo do estado. De antemão podemos dizer que as eleições de 2026 será muito diferente das eleições de 2022 onde muitos políticos que foram eleitos junto com o governador hoje estão na oposição a exemplo do Dr. Daniel, Eder Mauro e Zequinha Marinha.

A oposição, caso venha a ter Dr. Daniel como candidato sairá com uma força muito grande da região metropolitana de Belém, tendo em vista a grande repercussão da gestão de Daniel como prefeito de Ananindeua, a segunda maior cidade do Pará. Caso os Bolsonaristas comandados por Eder Mauro e Zequinha Marinho consigam trazer os votos estaduais, esta candidatura tenderá a ter um grande crescimento.

Um outro fator importante na oposição é a possível presença do ex-governador Simão Jatene que possui um legado de muitas obras estruturantes no Pará durante seus 3 mandatos de governador. Jatene como candidato ao senado ou ao governo, dentro de uma ampla coalizão política se transformará em um candidato com amplas possibilidades de ser um dos protagonistas nas disputas de 2026.

Creio que a eleição de Helder para uma das vagas ao senado é “favas contadas”, mas não podemos conceder as mesmas probabilidades à sua candidata ao governo do estado, por se tratar de uma neófita em disputa eleitoral. Portanto, a disputa para o governo do estado poderá se constituir em uma competição polarizada, sem que possamos apontar uma tendência, hoje. Pode ser que até junho de 2026, o cenário fique menos embaçado para que analistas e observadores possam apontar possíveis vencedores e vencidos.

Já, para a disputa ao senado, podemos dizer que a segunda vaga será ferozmente disputada entre: Jader, Zequinha Marinho, Simão Jatene, Eder Mauro e outros nomes de peso que poderão surgir ao longo dos meses que antecedem as disputas de 2026. Creio que Helder, buscando ampliar suas alianças tentará “aposentar” seu pai, Jader Barbalho e oferecer a segunda vaga ao senado para um nome que venha a trazer maior amplitude eleitoral. Não creio que o senador Jader aceite, facilmente, abdicar da luta por mais um mandato senatorial.

O que alteraria completamente os rumos da montagem da chapa governista para as disputas majoritárias no Pará seria um possível convite de Lula para que Helder viesse a compor a sua chapa para presidente na condição de vice.  Esta possibilidade não parece factível devido a necessidade de Lula ter de pensar geopoliticamente, e nesta situação o vice de Lula teria de vir do nordeste do Brasil, que é a região onde Lula obtém maior apoio político e eleitoral.

Outro fator que alteraria os rumos desta análise prévia seria a saída do Dr. Daniel do campo da oposição, esta saída só poderia ser possível a partir de três situações: 1- Daniel retirasse sua candidatura ao governo, 2-Daniel fosse removido das disputas pela justiça, ou 3- Daniel fosse chamado para um acordo com o governador e viesse a disputar um outro cargo, tipo, deputado federal ou para o senado.

Portanto, podemos afirmar que os cenários para a disputa governamental e senatorial de 2026 no Pará ainda estão em aberto e o cenário hoje é de muita incerteza: tudo pode acontecer, inclusive nada. Creio que este cenário sé se desanuviará nos primeiros meses de 2026.

Tenho dito.