Presidente do PT concedeu entrevista coletiva para falar sobre a decisão do Supremo, que rejeitou denúncia contra ela e o marido
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse nesta quinta-feira (21) que passou por um processo de desconstrução de sua imagem nos últimos quatro anos e que merece um pedido de desculpas. “Quem é que vai me pedir desculpas por tudo que aconteceu?”, disse a petista em entrevista coletiva para falar sobre o assunto, em Curitiba.
Segundo Gleisi, o processo teria começado com a revelação da delação premiada que citava seu nome e durou até o julgamento da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que nesta semana inocentou ela e o ex-ministro Paulo Bernardo das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava Jato.
“Quem vai reconstituir os anos que eu tive de desconstrução da imagem pública, as ofensas que a minha família recebeu e que eu recebi? Não tem como recolocar isso”, questionou. “Foi uma ação cotidiana de desconstrução da imagem por agentes do Estado, pela mídia e opositores políticos. Foi muito difícil, eu não tinha o mesmo espaço para me defender. A desconstrução é difícil de apagar”, disse. A petista afirma que esse foi um dos motivos que a levou a desistir da cadeira no Senado e tentar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições 2018.
Gleisi disse ainda que, no processo em que foi inocentada, foi vítima de um “conluio” entre o doleiro Alberto Youssef, delator da Lava Jato, e seu advogado, Figueiredo Basto, responsável por vários acordos de colaboração no âmbito da operação, e apontado por receber valores mensais para “proteger” algumas pessoas. “Esses dois são figuras carimbadas no Paraná, mas mesmo assim prevaleceu a voz deles. Fizeram seis versões sobre o meu caso”, apontou.
Na coletiva, a senadora também criticou duramente a atuação do Ministério Público Federal e da própria Justiça Federal do Paraná, na qual há, segundo ela, “alto nível de politização”. “As pessoas não podem agir dessa forma, investidas nos cargos que têm, da autoridade que têm e sair numa posição afoita de fazer justiçamento e cometer barbaridades. Isso diz respeito à vida das pessoas, de instituições, de grupos. Tem que ter responsabilidade”, disse.
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Fonte: Terra