Sempre que acontece uma tragédia, principalmente nos últimos dois anos, vemos o porquê do bolsonarismo.
Após a notícia da morte de Marília Mendonça vi todo tipo de absurdos: gente aproveitando o momento pra fazer fakes sobre vacinas, publicando áudios falsos dizendo que eram dos pilotos que tiveram mal súbito devido à vacinas. Gente falando que nunca ouviu sertanejo e por isso não dava à mínima. Gente usando a morte dela contra e a favor do ser que ocupa a presidência. Gente publicando imagens do acidente e dos corpos sendo recolhidos. Gente falando que estavam chorando a morte de uma pessoa mas ninguém ligava para os mais de 600 mil mortos por covid.
Enfim, parece que as pessoas perdem a noção do certo e errado, mesmo nessas horas, trágicas e tristes, ninguém lembra que antes de tudo era um ser humano, que tinha família, filho, que lerão as barbaridades jogadas nas redes sociais, como lixo, como se todos tivessem direito a falar sobre alguém, cada um puxando pro seu lado.
Eu não ia falar sobre o assunto porque eu não a conhecia muito bem, nem por isso deixei de sentir, de ficar triste porque uma pessoa tão jovem, no auge da carreira, com um filho pequeno, partiu de maneira trágica. E na verdade não estou falando sobre ela, estou falando do quanto as pessoas aproveitam momentos de dor e tristeza para por pra fora o que sentem e são, e alguns mostram nessas horas o pior de si.
E são pessoas tão narcisistas que até nesses momentos precisam chamar atenção pra si.
O triste de tudo isso é que parece que as pessoas banalizaram a morte, as mídias usam pra atrair seguidores, tratam muitas vezes como só mais um fato e um CPF cancelado. E todos se sentindo no direito a dar o seu pitaco, enquanto o certo seria ficarem calados, ninguém precisa saber o quanto estão tristes ou que não ligaram pra isso, precisam, isso sim, é respeitar, não usar isso pra atrair comentários e likes nas redes sociais. Quem se importa se você gosta de sertanejo? A verdade é que isso não é sobre você! Esse trágico acidente que tirou vidas não é sobre seu gosto musical ou sobre política, é sobre VIDAS perdidas. E respeito e empatia não fazem mal a ninguém.