Por Taciano Cassimiro
Já participei de vários debates sobre a utilidade do Aeromédico de Tailândia, e olhe que alguns deles foram bastantes acalorados. Não uso mais os argumentos de que “famílias estão sendo salvas” até porque essa é uma flagrante verdade. Também não uso mais o argumento de que o atendimento além de rápido, na maioria das vezes é absolutamente eficaz. Até porque em um país onde o povo é maltratado e sujeitado à atendimento da pior qualidade, um atendimento digno, eficiente, rápido e humano é visto com desconfiança por aqueles que não querem ver o povo sendo bem tratado.
Contudo qualquer cidadão pode ou não gostar, elogiar ou até odiar os serviços prestados pelo Aeromédico, é um direito seu. Porém atos de vandalismo, falta de respeito a vida e atentado contra a vida é inteiramente inaceitável.
O Helicóptero do Povo foi apedrejado enquanto estava no Heliponto no Bairro de Fátima I, por vândalos, verdadeiros criminosos, podendo trazer danos mecânicos além de colocar vidas em risco.
No último dia 20 do 12 de 2017 o piloto Mauro Tadeu prestou queixa na Delegacia de Tailândia relatando que “pedras de concreto foram achadas…” segundo o relator não houve avaria na aeronave.
O episódio por si só é criminoso, cruel e covarde. Uma pedrinha por mais pequena e simples que seja pode ocasionar problemas seríssimos a ponto de derrubar uma aeronave.
O fato me faz lembrar o ocorrido com o voo 603 da Aeroperu, que na noite de 2 de outubro de 1996 matou 70 pessoas ao cair no Pacífico pouco depois da decolagem. E qual foi o motivo da queda do avião? A causa do acidente – soube-se depois – foi o erro de um mecânico, que cobriu com fitas isolantes as entradas de ar dos tubos pitot (sensores de velocidade e altitude, famosos depois do recente acidente com o A330 da Air France) para fazer a limpeza do avião e as esqueceu lacradas. A tripulação não percebeu as fitas selantes e logo após a decolagem ficou sem informações de velocidade e altitude. Na noite escura, sem os dados dos pitots, os computadores “enlouquecidos” se puseram a fornecer informações disparatadas aos pilotos e à torre de controle em Lima. O Boeing 757 acabou batendo no mar – e todos morreram.
Isso posto, afirmo e reafirmo a importância do Aeromédico, e que sem duvida é um dos grandes feitos da gestão Macarrão, que vem dando ao povo serviço digno e atendimento humano. Todo governo tem suas falhas, mas deixar de reconhecer atitudes nobres de um governo é um ato de mesquinharia, covardia, e quando esse ato salva vidas, não reconhecê-lo é pura ignorância.