A Associação Brasileira de Linguística (Abralin) manifestou preocupação com a Lei da Política Nacional de Linguagem Simples, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que proíbe o uso da linguagem neutra na administração pública.
Segundo apuração do Correio Braziliense, a Abralin agradeceu o veto presidencial a um dispositivo que criava um “fiscal da linguagem”, mas defende que o texto final não alcança a inclusão e cria “regras arbitrárias”.
Gisele Rodrigues, integrante da Comissão de Políticas Públicas da Abralin e pesquisadora da UnB, disse ao Correio que a lei sancionada “vai fazer o contrário, vai engessar” a comunicação, citando a proibição de voz passiva e frases intercaladas, além da vedação à linguagem neutra (que usa termos como “todes” ou “elu”).
A Abralin aponta que o projeto original, da deputada Erika Kokay (PT-DF), foi desvirtuado no Congresso com a inclusão de regras arbitrárias por parlamentares de direita. A entidade lamenta o resultado, apesar de ser a favor de uma legislação que garanta a acessibilidade da linguagem.
