Em 1964, o presidente João Goulart, estava completamente emparedado pelas questões políticas, econômicas e sociais. Além da crescente conspiração dos militares que culminará com o Golpe Militar de 64.
No livro “Brasil: de Getúlio a Castello” Pg 32-33, o escritor Thomas Elliot Skidmore (1932-2016) descreve o clima de incertezas que rondavam Jango, mas principalmente a classe política que receavam votar as matérias daquele contexto:
“Subjacente a todos os acontecimentos políticos, sobretudo desde o começo da década de 1950, havia necessidade de fazer escolhas penosas em política econômica. Em 1964, a questão básica era como retomar o rápido crescimento econômico e destinar os benefícios desse crescimento a uma fatia cada vez maior da população brasileira. As escolhas tinham se tornado tão delicadas quanto inevitáveis: o equilíbrio entre industrialização e agricultura, as possíveis fontes de capital (se estrangeiras, quanto delas seria capital público, e quanto seria capital privado?), a necessidade de corrigir desequilíbrios regionais, a distribuição de renda no tocante a salários, tributos, políticas de bem-estar social, e o problema adicional de como alcançar todos esses objetivos mantendo a inflação dentro de limites administráveis. As decisões de política econômica levantavam grandes questões políticas, porque cada medida adotada tendia a repercutir em benefício de alguns grupos em detrimento de outros”.