O Uruguai é um país da América Latina, sua história também carrega uma página dramática, violenta e cruel, assim como Brasil, Argentina e Chile, que de igual modo foram solapados pela Ditadura que ceifou muitas vidas, destruiu muitas famílias.
Principais características do Uruguai hoje
- Economia: País estável, com PIB de US$ 71 bi (2023), forte em agropecuária (carne, soja) e serviços (turismo, finanças).
- População: 3,4 milhões de habitantes, urbana (95%) e envelhecida, com alta qualidade de vida (IDH 0,809).
- Cultura: Influência europeia, tradição no tango e candombe, famoso pelo mate e futebol (2 Copas do Mundo).
- Religião: Estado laico, com maioria católica (42%), mas grande percentual de ateus/agnósticos (38%).
- Política: Democracia consolidada, presidencialista, com alternância entre esquerda (Frente Ampla) e direita (Partido Nacional).
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Destaque: Primeiro país no mundo a legalizar maconha (2013) e pioneiro em direitos LGBT+ na América Latina.
Origem e Contexto Histórico
A ditadura uruguaia (1973-1985) surgiu em um período de crise política e social, marcado por:
- Guerra Fria e medo do comunismo na América Latina.
- Influência dos EUA (Doutrina de Segurança Nacional).
- Crise econômica no Uruguai (inflação, desemprego).
- Ascensão da guerrilha (Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros).
Em 27 de junho de 1973, o presidente Juan María Bordaberry, com apoio militar, dissolveu o Congresso e instaurou um regime cívico-militar.
Causas da Ditadura
- Radicalização política – Conflitos entre esquerda (Tupamaros) e direita (militares e elites conservadoras).
- Instabilidade econômica – O Uruguai, antes chamado de “Suíça da América”, enfrentava recessão.
- Pressão militar – As Forças Armadas queriam mais poder para combater a “subversão”.
- Influência externa – EUA apoiavam regimes anticomunistas na América Latina.
Características da Ditadura Uruguai
✔ Repressão brutal – Censura, prisões arbitrárias, torturas e desaparecimentos.
✔ Fechamento do Parlamento – Governo por decreto.
✔ Perseguição política – Exílio de milhares de uruguaios.
✔ Controle da mídia e educação – Propaganda militar e doutrinação.
Números da Repressão
- Mais de 5.000 presos políticos (um dos maiores índices per capita do mundo).
- Cerca de 200 desaparecidos.
- 10% da população exilada (Argentina, Espanha, Suécia).
Fim da Ditadura (1985)
A ditadura terminou após:
- Crise econômica – O regime não resolveu os problemas do país.
- Pressão internacional – Denúncias de violações de direitos humanos.
- Movimento popular – Greves e protestos (como o “Voto en Blanco” em 1980).
- Negociações políticas – Acordo entre militares e partidos para transição democrática.
Em 1º de março de 1985, Julio María Sanguinetti assumiu a presidência, restaurando a democracia.
Principais Líderes que Lutaram Contra a Ditadura
- José “Pepe” Mujica – Ex-guerrilheiro tupamaro, preso por 13 anos, depois presidente (2010-2015).
- Eleuterio Fernández Huidobro – Co-fundador dos Tupamaros, depois senador.
- Liber Seregni – Líder da Frente Ampla, preso político.
- Mauricio Rosencof – Escritor e tupamaro, sobrevivente de tortura.
- Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz – Parlamentares assassinados na Argentina (1976).
Atualidade: Memória e Justiça
- Nunca Mais (1989) – Relatório que documentou crimes da ditadura.
- Lei de Caducidade (1986) – Impediu julgamentos de militares, revogada parcialmente em 2011.
- Julgamentos recentes – Alguns repressores foram condenados (como Bordaberry em 2010).
- Memorial dos Desaparecidos – Homenagens às vítimas.
O Uruguai Hoje
- Democracia consolidada, mas com debates sobre impunidade.
- Esquerda no poder – A Frente Ampla governou por 15 anos (2005-2020).
- Desafios – Segurança pública e desigualdade econômica.
Conclusão
A Ditadura no Uruguai foi uma das mais repressivas da América Latina, deixando marcas profundas. Hoje, o país vive em democracia, mas a luta por memória e justiça continua.
“El pueblo unido jamás será vencido” – Lema da resistência que ainda ecoa.
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