Em um mês, Lira fracassa em blindagem e retalia adversários

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Em um mês, Lira fracassa em blindagem e retalia adversários
Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

Partidos do Centrão vão comandar quase metade dos municípios do país

Arthur Lira já deu mostras, em seus primeiros dias no posto, de que, apesar do discurso de conciliação, a Câmara de todos defendida em sua campanha não necessariamente incluiria opositores dele

O primeiro mês do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara foi marcado por retaliações a adversários políticos e por uma derrota, após pressão da opinião pública, para votar a jato medida que amplia blindagem a congressistas.

No período, o líder do bloco do centrão, eleito em 1° de fevereiro com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), manteve o esperado apoio para aprovar a autonomia do Banco Central, medida costurada na legislatura passada, mas teve uma de suas principais qualidades contestada por colegas: a de ser um cumpridor de acordos.

A troca do relator da medida cautelar que manteve a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) e a ameaça de retirar siglas adversárias da mesa de comando da Casa, intenção sobre a qual acabou recuando, renderam a Lira um novo apelido entre deputados de centro e de esquerda: “descumpridor de acordos”.

Eleito com uma ampla margem de votação –foram 302 votos, ante 145 do seu adversário, Baleia Rossi (MDB-SP)–, Lira já deu mostras, em seus primeiros dias no posto, de que, apesar do discurso de conciliação, a Câmara de todos defendida em sua campanha não necessariamente incluiria opositores dele.

Entretanto, ainda em 1° de fevereiro, invalidou o bloco adversário por uma inscrição tida como irregular do PT e convocou novas eleições para preencher os cargos de secretários e suplentes da mesa. A medida irritou partidos de centro e de esquerda, o que levou o novo presidente a recuar e a costurar acordo que contemplou siglas como PT, PSDB e DEM.

Por fim, nos dias seguintes, confirmou a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), sua aliada de primeira hora, como presidente da CMO (Comissão Mista de Orçamento), iniciativa adotada após meses de disputa pelo posto com o grupo do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Fonte: Estadão

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