O aguardado encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, em Busan, na Coreia do Sul, marcou uma virada nas tensas relações entre as duas maiores economias do mundo. Após meses de impasses comerciais e diplomáticos, ambos os países anunciaram uma série de acordos destinados a aliviar a guerra tarifária e restabelecer a cooperação estratégica. Trump revelou, a bordo do Air Force One, que Pequim concordou em suspender por um ano as restrições à exportação de elementos de terras raras — insumos essenciais para a indústria tecnológica global — e que Washington reduzirá pela metade as tarifas impostas a produtos chineses.
De acordo com autoridades chinesas, os Estados Unidos também se comprometeram a manter suspensas, por mais um ano, as tarifas recíprocas de 24% e a congelar a expansão da lista de empresas chinesas sob controle de exportação. Em contrapartida, Pequim suspenderá suas medidas retaliatórias e manterá em pausa as novas restrições às exportações de terras raras. Os dois países ainda concordaram em cooperar no combate ao tráfico de fentanil, retomar o comércio agrícola — com a China prometendo grandes compras de soja — e reabrir negociações sobre a venda da plataforma TikTok nos Estados Unidos.
O encontro, o primeiro em seis anos, durou cerca de 100 minutos e foi marcado por um tom de conciliação. Trump elogiou Xi como “um grande líder de um grande país” e afirmou esperar uma “relação fantástica por muito tempo”. Xi, por sua vez, destacou que, apesar das diferenças, as duas potências devem evitar “um ciclo vicioso de retaliação mútua” e trabalhar para manter as relações “no caminho certo”. O acordo de Busan é visto como uma trégua simbólica e estratégica, capaz de redefinir o equilíbrio econômico global e amenizar as tensões que vinham abalando os mercados internacionais.
