Budapeste – Cerca de dez mil pessoas protestaram no domingo (18), em frente ao Parlamento da Hungria, contra um projeto de lei do governo Viktor Orbán que pode criminalizar ONGs e veículos de imprensa com financiamento externo. A proposta prevê monitoramento, multas e até proibição de entidades classificadas como “ameaças à soberania nacional”.
A iniciativa, comparada à “lei do agente estrangeiro” da Rússia, é criticada por sufocar vozes independentes e minar a democracia. O governo, por outro lado, afirma que visa proteger a soberania e os valores tradicionais húngaros.
O projeto de lei na Hungria deve ser aprovado com facilidade, já que o Fidesz detém maioria de dois terços no Parlamento. Desde 2023, o governo criou um órgão específico — o Escritório de Proteção da Soberania — para investigar e acusar entidades que supostamente comprometam os “valores democráticos”, a “unidade nacional”, a “família tradicional” e a “cultura cristã”. A definição ampla permite que até críticas legítimas às políticas públicas possam ser enquadradas como ameaças à segurança nacional.
O partido governista Fidesz, que possui maioria no Parlamento, deve aprovar a medida com facilidade.
📌 Pontos-chave:
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Projeto comparado à lei russa de “agente estrangeiro”
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ONGs e veículos críticos (imprensa) ao governo seriam alvos
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Protesto ocorre após meses de tensão por lei anti-LGBT
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Governo defende medida como “proteção à soberania”
Críticos acusam Orbán de silenciar opositores antes das eleições de 2026. O projeto deve ser aprovado devido à maioria parlamentar do partido governista Fidesz.
Fontes: Associated Press (AP), manifestantes locais.