O Caos na Saúde de Rurópolis e a Contradição do Prefeito Zé Filho

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O Caos na Saúde de Rurópolis e a Contradição do Prefeito Zé Filho
A população de Rurópolis merece respeito, atendimento de qualidade e uma gestão que cumpra seus compromissos.

A saúde pública de Rurópolis está em colapso. Diversos relatos indicam um cenário alarmante, com atendimentos precários, falta de medicamentos e supostas irregularidades na contratação de profissionais, o que compromete a segurança da população. Enquanto o prefeito Zé Filho, durante a campanha, prometia construir um hospital em Divinópolis, a realidade é que a estrutura já existente não oferece um atendimento digno aos cidadãos.

Entre as denúncias mais graves, há indícios de que médicos formados fora do Brasil estariam atuando na emergência do Hospital Municipal de Rurópolis sem terem passado pelo Revalida e sem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Além disso, relatos sugerem que esses profissionais estariam sendo supervisionados por outro médico que também não possui CRM. Se confirmadas, essas irregularidades são gravíssimas e podem configurar exercício ilegal da medicina, colocando a população em risco.

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Prefeito eleito do município, Zé Filho. / Foto: José Cícero/Agência Pública

A insegurança no atendimento fica ainda mais evidente diante dos relatos de que esses profissionais, ao lidarem com casos de urgência, recorrem a pesquisas na internet para decidir quais medicamentos prescrever ou quais procedimentos adotar. A ausência de qualificação adequada para atuar no Brasil compromete diretamente a qualidade do atendimento e pode gerar erros médicos com consequências irreparáveis.

A precariedade não se restringe ao hospital. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Divinópolis, há relatos de que a médica responsável pelo atendimento adota a mesma prática, recorrendo a pesquisas no Google para entender sintomas e indicar medicações. Isso levanta sérias dúvidas sobre a qualificação profissional e a segurança do atendimento prestado à população.

Outro caso revoltante foi o de uma criança de três anos que sofreu fratura em dois lugares na perna. Levada à UBS de Divinópolis, a médica se recusou a fornecer o encaminhamento necessário, afirmando que a criança não havia quebrado a perna. Em vez de um atendimento adequado, prescreveu apenas dipirona e mandou a criança para casa. Diante da falta de assistência, o pai, com recursos próprios e ajuda de terceiros, levou a criança a Santarém, onde exames confirmaram as fraturas que a médica havia ignorado.

Além dos atendimentos questionáveis, há indícios de falta de medicamentos na rede municipal. Um exemplo claro disso ocorreu quando um paciente procurou atendimento com inflamação severa nas amígdalas e recebeu apenas três comprimidos de amoxilina. Segundo médicos consultados, o protocolo correto não é esse. O tratamento adequado exige o uso da medicação por sete dias, a cada oito horas, para garantir a eficácia do antibiótico e evitar complicações. Esse episódio reforça a suspeita de que a prefeitura não está conseguindo manter o abastecimento adequado de remédios essenciais.

Enquanto a população sofre com uma saúde pública precária, o prefeito Zé Filho segue em outra direção. Diferente das demais cidades da região do Tapajós, onde os valores das diárias possuem critérios e são inferiores, o prefeito de Rurópolis decidiu aumentar a própria diária. Ou seja, enquanto os cidadãos enfrentam dificuldades para conseguir atendimento médico adequado, o gestor municipal prioriza aumentar os próprios benefícios financeiros.

O cenário atual de Rurópolis revela uma gestão ineficiente da saúde pública e um claro desalinhamento das prioridades da administração municipal. Se o prefeito Zé Filho não consegue garantir atendimento digno à população com a estrutura que já tem, como pode sustentar a promessa de construir um novo hospital? A falta de compromisso com a qualidade dos serviços essenciais é evidente.

A saúde é um direito fundamental, e qualquer indício de irregularidade deve ser investigado com rigor. Cabe aos órgãos competentes, como o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina, apurar as denúncias e responsabilizar aqueles que permitiram que a situação chegasse a esse ponto. A população de Rurópolis merece respeito, atendimento de qualidade e uma gestão que cumpra seus compromissos.