Parlamentares da oposição no Congresso Nacional criticaram duramente as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em coletiva no Senado nesta sexta-feira (18), classificaram as decisões como “arbitrárias” e “autoritárias”, afirmando que o país vive um “estado de exceção”. As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso das redes sociais e contato com aliados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro.
Lideranças do PL e de outros partidos de oposição prometeram pedir ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, o fim do recesso parlamentar para debater o tema. No entanto, Alcolumbre anunciou que o recesso será mantido até agosto, conforme o cronograma legislativo.
Os senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Jorge Seif (PL-SC) lideraram as manifestações, afirmando que as ações do STF configuram “perseguição judicial” e representam um uso político do Judiciário. Também compararam o caso de Bolsonaro a episódios envolvendo líderes de esquerda, como Lula e Dilma Rousseff, alegando tratamento desigual.
Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, classificou as medidas como “humilhação proposital” e comparou a ação à “inquisição”. Ele destacou que a operação da Polícia Federal ocorreu durante o recesso, o que, segundo ele, foi uma tentativa de minimizar a reação do Congresso.
Já parlamentares da base governista defenderam a legalidade da operação. O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que Bolsonaro buscava fugir do país para escapar da Justiça. A senadora Teresa Leitão (PT-PE) reforçou a existência de risco de fuga, justificando o uso da tornozeleira. Outros senadores, como Rogério Carvalho (PT-SE) e Soraya Thronicke (Podemos-MS), pediram confiança nas instituições e respeito ao devido processo legal.
A operação autorizada por Alexandre de Moraes investiga supostos atentados à soberania nacional e tentativas de pressionar o Judiciário por meio de articulações com o governo dos EUA.
Fonte: Agência Senado