A RAAF – Rede Amazônica de Advogadas Familiaristas marcou presença na programação oficial da COP30 ao realizar e mediar o painel “Justiça Climática nas Periferias: Mapa Colaborativo de Impactos e Soluções”, reforçando a relevância da advocacia na construção de agendas socioambientais com perspectiva de gênero.
Mediadoras: Gabrielle Maués e Karla Furtado, cofundadoras da Rede Amazônica de Advogadas Familiaristas; Painelistas: Ruth Costa, Ana Cláudia Conceição e Waleska Queiroz, ativistas da causa das mulheres e ambiental em seus territórios – Águas Lindas, Jurunas e Terra Firme; e secretária de estado das mulheres do Pará, Paula Gomes.
O painel, composto integralmente por mulheres, destacou que a crise climática não afeta todos os grupos da mesma forma. Entre os pontos centrais discutidos, evidenciou-se que mulheres amazônidas, em especial negras, ribeirinhas e periféricas, estão na linha de frente dos impactos ambientais, enfrentando diretamente problemas relacionados à saúde, segurança, acesso a recursos essenciais e proteção territorial. Ainda assim, seguem subrepresentadas nos espaços de formulação de políticas públicas.
Ao conduzir o debate, as mediadoras da RAAF reforçaram que não há justiça climática possível sem justiça de gênero. A inclusão de mulheres nos processos decisórios amplia a capacidade de construir políticas mais eficazes, sensíveis às desigualdades e alinhadas à realidade dos territórios.
O espaço também apresentou iniciativas que vêm sendo desenvolvidas para mitigar impactos socioambientais nas periferias urbanas amazônidas e propor soluções sustentáveis a partir das vivências das próprias comunidades.
Com sua participação ativa na COP30, a Rede reafirma o papel da advocacia comprometida com os direitos humanos, a equidade de gênero e a defesa de políticas climáticas baseadas em uma perspectiva interseccional, indispensável para enfrentar os desafios atuais e futuros da região.
A mensagem central deixada pelo painel é contundente: garantir voz e poder às mulheres não é apenas uma demanda de justiça social, mas um requisito para construir respostas reais e duradouras à crise climática.
