A notícia de que o Coworking da Advocacia no edifício Síntese Plaza seria fechado gerou revolta entre os advogados no estado do Pará, principalmente em Belém. Abaixo-assinado circulou em grupos de WhatsApp contra o fechamento; diversos comentários nas redes e vídeos circularam contra a tal ideia. Naturalmente, o nome do presidente da OAB, Sávio Barreto, foi duramente criticado e sua gestão vista no momento como uma negação de tudo que prometeu em campanha.
Utilidade
O espaço é de grande importância e atende os novos e mais experientes advogados, é o que disse uma das internautas: “Os jovens advogados e advogadas sempre são os mais vulneráveis e os mais atingidos num retrocesso dessa magnitude. Sem contar os que já não são mais jovens, mas que precisam desse apoio da OAB.
Ter um espaço confortável para atender cliente, peticionar, trabalhar, analisar processo é o mínimo! A advocacia não quer um local apenas para tirar “xerox”!
Mas o espaço será mesmo fechado?
Alguns advogados disseram que a ideia foi ventilada. Se houve a cogitação, é porque havia a intenção, a possibilidade, concluíram.
O noticioso rendeu à TN Brasil TV uma enxurrada de mensagens com reprovações e entendimentos de que a suposta ideia é um retrocesso, nos solicitando uma matéria sobre o caso. Procuramos a OAB, que nos respondeu com uma NOTA. Três pontos estão bem claros no documento:
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Problema identificado: O coworking tem um custo anual elevado (cerca de R$ 360 mil) para uma baixíssima utilização (média de 15 advogados/dia), com mais da metade do espaço ocioso, configurando um desperdício de recursos.
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Objetivo declarado: A gestão não quer fechar o espaço, mas sim requalificá-lo e torná-lo mais atrativo, investindo em melhor infraestrutura (internet, salas de reunião) e realocando os recursos de forma mais eficiente.
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Contexto e transparência: O documento em circulação é preliminar e não oficial. A gestão herdou um déficit significativo e busca o reequilíbrio das contas, priorizando o diálogo e o interesse coletivo, com alternativas como o uso de salas de apoio gratuitas já existentes.
Nota de Esclarecimento / Coworking da Advocacia Trabalhista
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA) informa que está realizando estudos técnicos e administrativos para otimizar o uso dos espaços da advocacia e garantir uma gestão mais eficiente dos recursos da entidade.
Entre os locais que passam por análise está o Coworking da Advocacia Trabalhista, localizado no edifício Síntese Plaza, em Belém. O custo mensal do local ultrapassa R$ 30 mil, totalizando cerca de R$ 360 mil por ano. As despesas incluem aluguel, condomínio, energia elétrica, internet, segurança, IPTU e equipe de apoio. Paralelamente, há uma baixa taxa de utilização: média de 15 advogados por dia, sendo apenas 10 usuários fixos.
O presidente da OAB-PA, Sávio Barreto, esteve pessoalmente no local para ouvir os usuários e avaliar alternativas, antes de qualquer decisão definitiva. Constatou-se que mais da metade da área locada encontra-se ociosa, o que representa inegável desperdício de recursos em um momento em que a OAB-PA busca reequilibrar suas contas após herdar um déficit superior a R$ 3 milhões em janeiro.
Importante ressaltar que a atual gestão não tem como objetivo o fechamento do espaço, mas sim direcionar os recursos para melhorias no próprio coworking. A proposta é requalificar o ambiente, investindo em melhor infraestrutura de internet, equipamentos de informática de maior qualidade e a criação de salas individuais de reunião e atendimento, de modo a torná-lo mais funcional e atrativo para a advocacia.
Além disso, o documento que vem circulando sobre o tema não é oficial, motivo pelo qual não possui assinatura de responsáveis técnicos nem da presidência. Trata-se de uma versão preliminar utilizada internamente para subsidiar as discussões administrativas e de planejamento, sem qualquer deliberação final. Todo o processo de estudo passa pelo diálogo, e por isso, na terça-feira (28), o presidente se reunirá com um grupo de advogados que defende a manutenção do espaço para ouvir sugestões e construir soluções conjuntas.
A OAB-PA também avalia alternativas que conciliem a redução de custos com a melhoria do atendimento à advocacia, incluindo o fortalecimento de parcerias já existentes. Entre elas, destacam-se as salas de apoio mantidas pela Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Pará (Atep), fruto de termo de cooperação com a Seccional, e as salas da OAB-PA na Justiça do Trabalho, cedidas de forma não onerosa. Ambas são gratuitas, bem estruturadas e voltadas ao pleno exercício da advocacia.
A Seccional destaca ainda que, enquanto muitos municípios do interior não contam com espaços adequados para o exercício da advocacia, é contraditório que a capital mantenha áreas subutilizadas, quando esses mesmos recursos poderiam ser revertidos em melhorias estruturais e em benefício direto da classe.
Por fim, a OAB-PA reafirma seu compromisso com a transparência, o diálogo com a advocacia e o uso responsável dos recursos da classe, assegurando que qualquer decisão sobre este ou outros espaços será tomada de forma participativa, sempre priorizando o interesse coletivo e o fortalecimento da advocacia paraense.
