“De colonos violentos a seguidores de Kahane, entenda os grupos israelenses acusados de ataques terroristas e o desafio do Estado em combatê-los”
Sim, existem grupos e indivíduos israelenses que foram classificados como terroristas por governos, organizações internacionais ou grupos de direitos humanos devido a ataques violentos contra palestinos e ativistas de esquerda. Embora menos numerosos e organizados do que grupos como Hamas ou Hezbollah, esses grupos têm sido responsáveis por ataques significativos. Aqui estão os principais:
1. Kach (כך) e Kahane Chai (כהנא חי)
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Ideologia: Sionismo religioso extremista, ultranacionalismo judaico
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Fundação: Kach foi criado pelo rabino Meir Kahane nos anos 1970; Kahane Chai (“Kahane Vive”) surgiu após seu assassinato em 1990.
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Classificação como terrorista:
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EUA, Israel, UE, Canadá (banidos em Israel desde 1994).
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Ataques notórios:
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Massacre da Caverna dos Patriarcas (1994): Baruch Goldstein, membro do Kach, matou 29 palestinos em Hebron.
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Atentados contra palestinos e ativistas de esquerda nas décadas de 1980–90.
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Situação atual: Oficialmente dissolvidos, mas seguidores de Kahane ainda atuam em assentamentos extremistas.
Kahane discursando para seus seguidores em Tel Aviv, 1984/ Foto: Redes Sociais
2. Grupos de Settlers (Colonos) Extremistas
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Ideologia: Nacionalismo religioso, expansão dos assentamentos israelenses
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Principais grupos:
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Hilltop Youth (“Jovens do Topo das Colinas”): Ativistas violentos em assentamentos na Cisjordânia.
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Price Tag (תג מחיר): Campanha de ataques contra palestinos e mesquitas em retaliação a ações do governo israelense.
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Ataques recentes (2023–2024):
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Incêndios a vilas palestinas (ex.: Huwara, 2023).
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Linchamentos e tiroteios contra civis palestinos.
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Resposta de Israel: Alguns settlers foram presos, mas críticos acusam o governo de conivência.
3. Lehi (Lohamei Herut Israel – “Combatentes pela Liberdade de Israel”)
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Ideologia: Sionismo revisionista extremo (histórico).
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Fundação: Anos 1940 (pré-Independência de Israel).
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Ataques notórios:
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Assassinato do mediador da ONU Folke Bernadotte (1948).
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Atentados contra britânicos e árabes durante o Mandato da Palestina.
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Fim do grupo: Dissolvido após a criação de Israel (1948), mas alguns ex-membros entraram na política.
O mediador da ONU, Conde Folke Bernadotte/ Foto: Redes Socias
4. Ativistas de Extrema-Direita (Atuais)
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Exemplos recentes:
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Yinon Levi (2024): Colonizador acusado de liderar ataques a palestinos em Hebron.
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Membros do Partido Otzma Yehudit (“Poder Judeu”): Alguns apoiadores cometem violência, embora o partido (liderado por Itamar Ben-Gvir) não seja oficialmente classificado como terrorista.
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Por Que Esses Grupos Não São Tão Discutidos?
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Menor escala: Ataques geralmente isolados, sem estrutura como Hamas/Hezbollah.
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Resposta israelense: Alguns são perseguidos pelo Estado (ao contrário de grupos palestinos, que operam em territórios autônomos).
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Narrativa internacional: Foco maior na violência de grupos palestinos.
Conclusão
Embora menos organizados que grupos palestinos, extremistas israelenses já cometeram atos terroristas, especialmente colonos radicais. A tensão entre o combate a esses grupos e a tolerância política a partidos ultranacionalistas (como Otzma Yehudit) segue sendo um desafio para Israel.
Leia mais:
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“O Legado de Meir Kahane: Do Terror à Influência Política”
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“Violência de Colonos na Cisjordânia: A Nova Fronteira do Conflito”
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“O Dilema de Israel: Como Conter o Extremismo Judaico?”
Nota: A classificação de “terrorismo” depende de perspectivas políticas. Enquanto Israel define Hamas e Hezbollah como terroristas, palestinos veem settlers extremistas como terroristas apoiados pelo Estado.