Após cinco anos de intenso debate político, social e ético, o Uruguai se tornou o primeiro país da América Latina a legalizar a eutanásia. A nova lei, aprovada pelo Senado nesta quarta-feira, autoriza o chamado “direito à morte digna” para pacientes que enfrentam doenças incuráveis ou sofrimento físico e psicológico insuportável.
A legislação estabelece critérios rigorosos para o procedimento: o paciente deve ser maior de idade, plenamente consciente e fazer o pedido de forma voluntária, reiterada e documentada. Além disso, será necessária a avaliação de uma equipe médica e a confirmação de que não existem alternativas terapêuticas viáveis para aliviar o sofrimento.
Com essa decisão histórica, o Uruguai se junta a um seleto grupo de países que regulamentam a eutanásia, como Holanda, Bélgica, Espanha e Canadá. A aprovação foi saudada por organizações de direitos humanos e por setores da sociedade civil que há anos defendem a autonomia do indivíduo sobre o fim da própria vida.
Por outro lado, grupos religiosos e conservadores criticaram a medida, argumentando que ela abre precedentes éticos delicados e que o Estado deveria investir mais em cuidados paliativos. Ainda assim, a lei representa um marco na região e consolida o Uruguai como um dos países mais progressistas da América do Sul em temas de direitos civis.