Mudanças que aconteceram no país desde o golpe de Estado no Brasil
Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores (PT) foram afastados do governo em 12 de maio de 2016, há quase 4 anos. Desde então, aumentaram o desemprego, o dólar, o preço dos combustíveis e dos alimentos. Veja algumas comparações, baseadas em frases comumente ouvidas sobre as melhorias que o impeachment de Dilma Rousseff e, mais tarde, a eleição de Jair Bolsonaro trariam ao país:
“Os gastos do dia a dia vão diminuir”
Em recente levantamento da Agência Nacional do Petróleo, antes da queda de Dilma o bujão de 13 quilos custava, no Paraná, em média, R$ 57. No levantamento de outubro de 2019, o último disponível, estava a R$ 69, aumento de 21% para uma inflação de 12,8% no período.
“Serão gerados empregos”
O governo Dilma teve, no final de 2014, a menor taxa de desemprego na História do Brasil, com 4,8%. Em maio de 2016, já com a crise política e econômica, a taxa tinha chegado a 11,2%. Agora, depois de ter chegado a 13%, está em 11,8%, que representa 12,5 milhões de pessoas desempregadas. Mas com o agravante: com mais de 41% dos trabalhadores tendo de viver de bicos, sem emprego formal. E é bom lembrar que o argumento para a reforma trabalhista era de que seriam gerados empregos. Outra mentira. O que aconteceu foi a diminuição dos salários e a retirada de direitos trabalhistas.
“Dólar vai cair”
No dia em que Dilma Rousseff saiu do Palácio do Planalto, o dólar comercial valia R$ 3,48. Na última quarta-feira, dia 21 de novembro, estava em R$ 4,263. Alta de 22% para uma inflação no período de cerca de 12%.
“PT quebrou o Brasil”
Desde o primeiro ano de Lula, em 2003, até 2013, o Brasil arrecadou mais do que gastou, o que é chamado de superávit fiscal. A onda só se inverteu em 2014, quando a conta ficou negativa em R$ 23 bilhões. O recorde foi no ano do golpe, 2016, em que o rombo foi de R$ 160 bilhões. Desde então, o Brasil só tem ficado no negativo. Se olhar as reservas cambiais, uma espécie de poupança que o Brasil tem guardada para evitar problemas para pagar suas contas, como a dívida externa, Lula pegou esse valor em cerca de 40 bilhões de dólares e Dilma deixou em cerca de 380 bilhões, quase dez vezes mais.
“Reformas vão trazer confiança de investidores”
O Brasil aprovou a reforma trabalhista, a reforma da Previdência e outras medidas que retiram direitos dos trabalhadores, com a desculpa de que a imagem do Brasil ia melhorar e os investidores internacionais iam investir dinheiro no país e melhorar a economia. Nada disso aconteceu, e os estrangeiros estão tirando dinheiro do país. Em 2019, deve acontecer a maior saída de dólares da série histórica iniciada em 1982. Até outubro deste ano, já saíram 21,5 bilhões de dólares. Antes, o pior déficit era de 16,2 bilhões de dólares, registrado em 1999.
“A corrupção vai acabar”
Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio foi acusado de patrocinar esquema de laranjas no PSL de Minas Gerais (partido pelo qual Bolsonaro foi eleito). A Folha de S. Paulo denunciou que parte do dinheiro desse esquema pode ter ido para a própria campanha de Bolsonaro. O filho do presidente também é acusado de esquema em que pegava dinheiro dos funcionários na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – o famoso caso Queiroz, que fez depósitos na conta da esposa de Bolsonaro. Além disso, pelo menos seis ministros do governo são investigados pela Justiça. Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil, admitiu ter recebido dinheiro de caixa 2 da JBS. O que mudou foi a postura de seu ministro da Justiça, Sergio Moro, que nunca mais falou de corrupção no governo.
“Governo distribuía kit gay”
À época da eleição, em 2018, havia várias mensagens dizendo que o governo estava distribuindo “kit gay” nas escolas. O tal kit nunca foi distribuído e sumiu do noticiário depois da eleição.
“Somos o País que mais preserva o meio ambiente”
Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente Bolsonaro afirmou que “o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente”. O recorde de queimadas no país, tragédias como o rompimento de barragem em Brumadinho e as manchas de óleo do Nordeste até o Rio de Janeiro desmentem o presidente, que é responsável por desmontar as políticas de preservação que vinham de anos anteriores.
“A vida dos trabalhadores vai melhorar”
Nos últimos anos, os ricos estão ficando mais ricos e os pobres, mais pobres. Só tem aumentado os lucros dos bancos e a concentração de renda. Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra, por exemplo, que, em 2018, 1% da população mais rica recebeu 33,8 vezes a remuneração dos 50% mais pobres. Os mais pobres ganhavam, em média, R$ 820 por mês, menos que um salário mínimo.
Edição: Lia Bianchini
Fonte: Brasil de Fato