A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), atual chefe do banco do Brics, voltou a atacar a hegemonia do dólar em transações internacionais durante reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Tocando em dueto com o chefe do Kremlin no encontro realizado em São Petersburgo, ela defendeu o uso de moedas locais, como o yuan chinês, em trocas entre países emergentes —termo genérico que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cujas iniciais formam o acrônimo Brics.
“O NDB [Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla inglesa do órgão] reiterou que não está considerando novos projetos na Rússia e que opera em conformidade com as restrições aplicáveis nos mercados internacionais”, afirmou a ex-presidente brasileira na plataforma X, como o Twitter foi rebatizado.
O discurso contrário ao Reprodução/AFP, denunciado como “arma geopolítica” pela mesma Dilma em palestra em Pequim no começo do mês, é frequente entre países rivais dos Estados Unidos na Guerra Fria 2.0, como China e Rússia, e entre os que buscam não ser alinhados automaticamente, como o Brasil.
Putin, visivelmente enfastiado durante a declaração que deu ao lado de Dilma após o encontro, foi econômico. “Sabemos que há dúvidas sobre a liquidez do banco, que há algumas ideias de seu pessoal sobre isso, e vamos apoiá-los”, afirmou, sobre uma preocupação corrente no mercado. “As relações dos países do Brics estão se desenvolvendo em moedas nacionais, parece-me que o banco pode desempenhar um papel significativo”, completou.
Fonte: Estado de Minas