SÃO PAULO — O Livres, corrente liberal que deixou o PSL após a entrada do presidenciável Jair Bolsonaro na sigla, anunciou hoje que terá candidatos por diversos partidos nas eleições de 2018. Entre as agremiações que devem receber os membros do grupo estão o Novo, PPS, Rede e Podemos.
Cada estado definirá qual sigla apresenta o melhor projeto regionalmente. O Rio Grande do Sul foi o primeiro a anunciar que irá migrar para o Novo. Candidato à prefeitura de Porto Alegre em 2016, Fábio Ostermann, por exemplo, será candidato à Câmara pelo partido. Os partidos que conversam com o Livres também devem aceitar uma carta com os pontos do programa defendido pelo grupo.
Dentro do Livres, a avaliação é de que, apesar do impacto inicial, a saída do PSL serviu para conferir maior peso ao grupo. No sábado, a pedido do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, a economista Elena Landau intermediou um encontro entre o tucano e o presidente interino do Livres, Paulo Gontijo. Alckmin se mostrou interessado em entender melhor o funcionamento da antiga corrente do PSL.
Integrantes do Livres também foram aceitos no movimento RenovaBR, grupo interessado em financiar candidatos nas eleições de 2018.
– Não poderíamos deixar de ouvir nossas lideranças nos estados. O acordo é que tenhamos independência para defender os nossos valores em siglas que deem espaços para nossas propostas. O grande objetivo sempre foi trazer as ideias liberais para realidade – afirmou o presidente interino do grupo, Paulo Gontijo.
Segundo Paulo Gontijo, após deixar o partido, houve um aumento de interesse na formação de representação em cinco estados onde o Livres não estava presente. O grupo, no entanto, não definiu nenhum rumo após as eleições de 2018. Segundo Gontijo, a ideia é a criação de uma associação sem fins lucrativos que formule políticas públicas de viés liberal.
A relação entre o PSL e o Livres acabou após o anúncio da filiação de Jair Bolsonaro, no início do ano. O grupo entrou no partido com o objetivo de transformá-lo no “primeiro partido liberal orgânico”. No entanto, no início do ano, Bivar, que ainda detinha o comando do partido, optou pelo projeto presidencial de Jair Bolsonaro. O Livres queria trazer pelo menos seis deputados federais, cinco deles do PSDB, para o partido, mas o projeto naufragou após a chegada de Bolsonaro.
O Livres alega “incompatibilidade ideológica” com o deputado federal. O grupo se diz “liberal por inteiro, tanto na economia como nos costumes”. Entre as bandeiras do grupo está a legalização das drogas.
Fonte: O Globo