Em uma entrevista para ISTOÉ o cientista político e filósofo Roberto Janine afirmou que o Brasil, os brasileiros, “Não temos o hábito da discussão política” e infelizmente isso parecer uma verdade cada vez mais incontestável.
O bendito horário eleitoral está por começar, porém, desde 2017 os debates se acaloram, e diante de tudo isso parece que Ciro Gomes, o pré-candidato pedetista, tem razão quando disse que “essas eleições serão marcadas pela ignorância“. Em pouco minutos de conversa com alguém já nos deparemos com as máximas “você é um esquerdista de m…”, ” Seu lulista fdp”, ” Você um extrema-direita de uma f…”, “Filhote do bolsomion”, “Bolsonarista reacionário de m…“. Não se discute ideias e projetos, pois o jogo é jogar atacando a honra desse ou daquele. O jogo é jogar destruindo!
“Esquerda” e “direita“, termos usados com frequência, mas em segundos de conversa se chega a conclusão de que a maioria não sabe sobre o que estão falando. Não tem a compreensão histórica do termo nem sua dimensão semântica. Mas é preciso usar esses termos para se parecer intelectual.
Dificuldades no debate
Infelizmente ainda temos dificuldades para o debate e isso por falta de conhecimento, sabedoria e maturidade. Janine falou que “Nossa questão crucial é não termos o hábito da discussão política. Precisamos tentar sair dessa história de que um lado é bom e o outro é ruim, um é certo e o outro é errado, um é honesto e o outro é ladrão. Desse jeito, as pessoas não conseguem aceitar um princípio básico da democracia, que é a existência de uma via de direita e outra de esquerda, e ambas serem democráticas. Ganhar e perder eleição, ter liberdade para concorrer e para escolher, tudo isso faz parte”.
Acredito que a leitura, principalmente da história do Brasil em toda sua complexidade política, altos e baixos, conseguiremos avançar alguns passos, e com isso debatermos com qualidade e maturidade. Só assim nossos debates agregarão valor!