A província de Suwayda, no sul da Síria, vive um novo capítulo de tensão após o governo sírio anunciar um cessar-fogo em meio a violentos confrontos entre grupos armados drusos, beduínos e forças governamentais. A decisão foi tomada após a intervenção militar de Israel na região, que alegou estar protegendo a minoria drusa. Segundo o governo sírio, o objetivo do cessar-fogo é preservar a unidade territorial e evitar mais derramamento de sangue.
O presidente do país, Ahmed al-Sharaa, em um discurso televisionado, declarou que “recebeu apelos internacionais para intervir no que está acontecendo em Suwayda e restaurar a segurança no país”
A escalada da violência já deixou pelo menos 260 mortos, segundo o Ministério da Saúde da Síria, e levou cerca de 80 mil pessoas a fugirem da região, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações. Relatos de execuções extrajudiciais e colapso dos serviços essenciais agravam a crise humanitária.
Israel intensificou a tensão com ataques aéreos contra alvos em Damasco e Suwayda, em resposta ao apoio do líder druso Sheikh Hikmat al-Hijri, que seria pró-Israel. A movimentação provocou protestos até mesmo nas Colinas de Golã, com confrontos envolvendo drusos israelenses na fronteira.
Segundo analistas, a ofensiva israelense pode ter motivações estratégicas mais amplas, ligadas à sua posição de força no Oriente Médio, e não apenas à proteção de minorias. A situação em Suwayda expõe mais uma vez a complexa teia de alianças e disputas regionais, em um cenário cada vez mais volátil.
Com informações do Al Jazeera e agências de notícias