O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lula, condenado e preso pela Operação Lava Jato, enviou recado no qual declara apoio à candidatura da vereadora do Recife, Marilia Arraes (PT), neta do ex-governador Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco nas eleições 2018.
O recado foi enviado pelo líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, João Pedro Stedile, e pelo ex-presidente do PT Rui Falcão, que visitaram o petista na sede da superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense. “Ele disse que se estivesse no PT de Pernambuco, estaria em campanha pela Marilia Arraes“, declarou Falcão, dizendo que a fala do petista não quer incitar disputas partidárias.
Marília tenta convencer o próprio partido a aprovar sua candidatura ao governo do Estado, mas o PT de Pernambuco ainda discute apoiar o governador Paulo Câmara, pré-candidato à reeleição.
No último dia 29, o PSB de Pernambuco divulgou nota defendendo que o partido apoie a candidatura do ex-presidente Lula à Presidência. O diretório estadual, um dos mais influentes do partido, tem interesse na aliança para garantir o apoio do PT a Câmara, mas outras alas do partido, como a de Minas Gerais, querem fechar acordo com Ciro Gomes, do PDT, de quem o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, é próximo.
O apoio de Lula dá força à tentativa de Marília. Mesmo seu apoio oficial do partido, a vereadora tem intensificado agendas e conversas. Um dos focos de resistência no PT de Pernambuco à candidatura própria é o senador Humberto Costa (PT), que pretende concorrer à reeleição na chapa de Câmara.
Depois da visita, Stedile disse que o ex-presidente afirmou ainda que será candidato “até às últimas consequências”. “Ele nos falou em primeiro lugar que é candidato não só porque tem disposição, mas porque o povo quer que ele seja candidato e centenas de advogados e juristas estão garantindo que ele vai ser candidato”, completou Falcão.
Atos
Os líderes informaram que o PT e os movimentos sociais estão organizando uma série de atos em favor de Lula, que deve se iniciar no final deste julho e finalizar com uma marcha dos militantes ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 15 de agosto, onde o PT pretende registrar a candidatura do ex-presidente. Na lista de atividades estão atos inter-religiosos, festival de música, caravanas de Pernambuco a Curitiba, e uma greve de fome de militantes.
Eles também convocaram os militantes a organizarem e registrarem abaixo-assinados regionais para reunir em um documento nacional, cobrando para que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, coloque em pauta do plenário da Corte o julgamento do mérito da constitucionalidade da prisão após julgamento em segunda instância.
Fonte: Portal Terra