Paraense começou em um projeto social aos 15 anos e hoje representa a equipe Atos em competições internacionais
Aos 15 anos, em um projeto social de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, Ana Beatriz deu seus primeiros passos no jiu-jitsu. O incentivo do professor e o ambiente acolhedor despertaram nela uma paixão que logo se transformaria em propósito de vida. “O projeto foi onde tudo começou. O professor incentivava muito a gente a competir, e com o tempo, a vontade de viver do esporte só aumentava”, lembra.
Aos 18 anos, a paraense decidiu dar um passo maior: mudou-se para São Paulo, em busca de crescimento profissional dentro da modalidade. Foi um período de amadurecimento, aprendizado e conquistas expressivas. Ainda como faixa roxa, Ana brilhou nos tatames ao conquistar o título de Campeã Brasileira pela CBJJE, ser campeã do Rio Open e medalhista no Sul-Americano, tanto na categoria de peso quanto no absoluto.
Mas a caminhada, como ela mesma diz, teve seus altos e baixos. Uma gravidez a afastou temporariamente dos campeonatos, mas o retorno veio em grande estilo — já como faixa preta. Desde então, Ana Beatriz acumulou resultados importantes: medalhista no Campeonato Brasileiro (CBJJ), medalhista no Pan-Americano da IBJJF, vice-campeã Sul-Americana e dona de diversos títulos em opens nacionais e internacionais. Durante esse período, ela representou com orgulho a tradicional equipe Cícero Costha.
Atualmente, Ana vive uma nova fase da carreira. Morando nos Estados Unidos, integra a equipe Atos, uma das mais prestigiadas do mundo do jiu-jitsu. Recentemente, conquistou o 3º lugar no Jiu Jitsu Con, um dos maiores eventos do esporte no país, e segue focada em competições como o Worlds No-Gi e os principais opens americanos.
“Estou vivendo uma temporada de muita dedicação. Lutei o Jiu Jitsu Con, fiquei em 3º lugar, e sigo me preparando com tudo para as próximas competições aqui nos EUA”, afirma a atleta.
O jiu-jitsu como ponte entre Brasil e Estados Unidos
O jiu-jitsu brasileiro é reconhecido mundialmente pela excelência técnica e pela capacidade de formar campeões. Organizações como a CBJJE e a CBJJ (ligada à IBJJF) estruturam um calendário de torneios que serve de vitrine para atletas que buscam projeção internacional.
Nos Estados Unidos, o cenário do jiu-jitsu tem crescido exponencialmente, impulsionado por academias renomadas — como a própria Atos — e por grandes eventos abertos ao público competitivo. Essa expansão atraiu inúmeros talentos brasileiros, que veem no país uma oportunidade de treinar em alto nível, competir com regularidade e alcançar maior visibilidade.
Entre esses talentos, Ana Beatriz se destaca não apenas pelas medalhas, mas pela história de superação e consistência. Sua trajetória reflete a força de uma geração de atletas brasileiros que levaram o jiu-jitsu para além das fronteiras, mantendo viva a essência da arte suave e inspirando novos praticantes em cada luta.
Por Ligiane Alencar