Thomas Shannon analisa o distanciamento entre os líderes e aponta que a derrota eleitoral de 2022 foi o fator decisivo para o isolamento do ex-presidente brasileiro.
Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil, afirma que a relação entre Donald Trump e Jair Bolsonaro esfriou devido à obsessão do americano pelo sucesso. Segundo o diplomata, Trump perdeu o interesse no aliado após sua saída do poder, pois o republicano “não suporta perdedores”. Essa mudança de postura reflete a prioridade de Trump em se associar apenas a figuras que detêm o controle político ativo.
A análise destaca que o abandono não foi ideológico, mas pragmático e focado na imagem de força que Trump cultiva globalmente. Shannon é enfático ao declarar que “Trump não tem amigos, tem interesses”, reforçando que a lealdade do americano é condicionada à utilidade política de seus parceiros. Para o ex-embaixador, a derrota de Bolsonaro o tornou descartável dentro da lógica de poder do movimento Maga.
O texto ressalta que essa dinâmica impacta as pretensões da direita brasileira em buscar apoio externo relevante para as próximas eleições. A visão de que “Bolsonaro agora é parte do passado para Mar-a-Lago” sugere que o ex-presidente brasileiro terá dificuldades em reaver o antigo protagonismo internacional. Sem o suporte explícito de Donald Trump, a narrativa de liderança global do bolsonarismo enfrenta um novo e isolado cenário.
Fonte: Folha de S.Paulo, matéria de 29 de dezembro de 2025 (com base em declarações de Thomas Shannon).
