Em Ananindeua, liberais (PL) e socialistas (PSB) se unem para reeleger Dr. Daniel Santos; e daí?

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Em Ananindeua, liberais (PL) e socialistas (PSB) se unem para reeleger Dr. Daniel Santos; e daí?
Ananindeua talvez seja hoje o palco político de maior tensão no Pará / Imagem: AP Ed. TN
Já disseram “A política é a arte de unir os inimigos e afastar os amigos”.

O PL (Partido Liberal), de Jair Bolsonaro, comandado no Pará pelo deputado federal, Delegado Éder Mauro e o PSB (Partido Socialista Brasileiro) do Dr. Daniel Santos se uniram em Ananindeua em nome da reeleição do atual mandatário.

Uma aliança considerada esdrúxula e paradoxa por colocar lado a lado dois campos políticos-ideológicos, inerentemente na cartilha, opostos.

Mas, e daí?

Ninguém é “mininu”, entende? Partido político não é um fim em si. Ideologias também não. São pontos de partida que apontam um norte, mas até chegar ao norte muita coisa acontece.

Política são movimentações em razão da cidade, do interesse dos cidadãos. E nessa movimentação grupos outrora antagônicos podem selar a paz em nome de um bem considerado maior. Nesse caso, liberais do PL e socialistas do PSB entenderam que a união se faz necessária. VOCÊ TEM O DIREITO DE DISCORDAR.

Aliança estranha?

Outra coisa, não é estranho na história política laços dessa natureza. Como também não é estranho o comportamento que alega ser tal união esdrúxula, como se isso nunca tivesse ocorrido no Pará, no Brasil ou na Europa. Quem defende e quem de forma hipócrita condena, em certo grau age de forma que também não é estranha, ou seja, as alianças dessa natureza só são aceitas ou rejeitadas quando convenientes.

Luiz Carlos Prestes se uniu com o algoz Getúlio Vargas que havia o enviado a prisão, entregou sua esposa grávida, Olga Benário, para Alemanha, onde encontrou a morte no campo de extermínio de Bernburg. Executada na câmara de gás em 23 de abril de 1942.

Para se reeleger presidente do Parlamento Europeu esta semana, Ursula Van Der Leyen precisou procurar apoio dos Verdes (centro e esquerda) e dos Conservadores e Reformistas Europeus (CRE), este último representa a direita radical na Itália, assim como o Pis na Polônia. Isso é política, unir os contraditórios. Quem está do lado do Donald Trump hoje?

E no Pará, isso já aconteceu antes? Puxa na memória aí.

Ninguém se mexerá nos túmulos por causa da união PL e PSB de Ananindeua

Miguel Arraes (2005), um dos maiores líderes do PSB, nem Eduardo Campos (2014), ambos falecidos, não se mexerão nos túmulos em sinal de protesto contra a aliança. Política não é The Walking Dead, não é brincadeira, é coisa séria. Embora, eu entenda que esses protestos em tom de reprovação não passa de mais uma cena do palco político, só uma cena.

Textão né meu filho (a)? 

O trato feito, PL e PSB, tem alguns desdobramentos.

Um deles, deputado Coronel Neil (PL) mais uma vez sai derrotado, desejava ser o candidato do PL, mas na queda de braço, sofre nova derrota para Éder Mauro.

Descumprimento de uma orientação nacional, o presidente nacional do PLValdemar Costa Neto, havia proibido apoio a candidatos de outros partidos. Mas, você acha mesmo que Éder Mauro agiria com os pés descalço?

A aliança entre esquerda e direita em Ananindeua destaca a capacidade de convivência pacífica entre espectros tão distintos, reforça as trincheiras do Dr. Daniel Santos contra os contantes ataques da oposição, prova que tentar perenizar briga de políticos e partidos é coisa de “mininu”.

Em Ananindeua ganha a democracia, agora quem vai ganhar as eleições, isso só saberemos em 6 de outubro.

E, esquenta não. Será histórica e emocionante ver as bandeiras dos socialistas e liberais tremulando juntas nos comícios, só não sei se cantarão “Meu coração é vermelho….”.