A diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, fez um apelo comovente ao Conselho de Segurança da ONU, revelando que, em média, 28 crianças morrem todos os dias em Gaza desde o início da guerra. Segundo a agência da ONU, mais de 17 mil crianças já perderam a vida e 33 mil ficaram feridas desde o início do conflito há 21 meses.
Russell destacou o sofrimento das mais de um milhão de crianças no enclave palestino e alertou para as consequências de longo prazo: “Uma sala de aula inteira de crianças morre diariamente. Elas não são combatentes — estão sendo mortas enquanto esperam por comida ou remédios“, afirmou.
A declaração vem após um ataque israelense, em 10 de julho, que matou pelo menos 10 crianças próximas a uma clínica médica. As Forças de Defesa de Israel alegaram que o bombardeio, que mirava um membro da Jihad Islâmica, foi resultado de um “erro técnico“.
O cenário agravou-se com a escassez de alimentos. O coordenador humanitário da ONU, Tom Fletcher, denunciou que civis estão sendo mortos enquanto tentam encontrar comida. Ele cobrou que Israel cumpra suas obrigações como potência ocupante, conforme as Convenções de Genebra.
Na mesma semana, pelo menos 20 palestinianos morreram em uma debandada durante a distribuição de alimentos em Gaza. Testemunhas acusaram o Hamas de ter instigado o tumulto.
A situação humanitária se deteriora rapidamente, enquanto as mortes de civis, especialmente crianças, continuam a escalar, sob os olhares atentos — e divididos — da comunidade internacional.