Três pessoas da mesma família foram presas na última sexta-feira (18) suspeitos de mais-tratos a animais e de usarem carne de cachorros e gatos abatidos para fabricar linguiças vendidas nas feiras da cidade de Guarapari, no Espírito Santo.
O pai, Mauricio Hott Peixoto, de 62 anos, a mãe, Angela Debora Seraphim Lopes, 66, e a filha, Ana Carolina Seraphim Hoo Peixoto, que não teve a idade divulgada, foram encaminhados ao presídio.
Uma denúncia feita ao Disque-Denúncia 181 e encaminhada à polícia deu início às investigações. Na residência do trio, policiais civis e militares encontraram cerca de 40 cachorros e sete gatos malnutridos e em condições precárias de higiene.
“Os animais ficavam em vários cômodos, numa total falta de higiene. Não encontramos sequer um pote de ração para os animais e, quando abrimos um saco com um cachorro morto, vários tentaram comer a carne”, contou a tenente Clícia Janaína, que acompanhou a operação.
Apesar das denúncias, nenhum material usado na fabricação das linguiças foi encontrado no local. O delegado Marcelo Santiago, titular da Delegacia de Infrações Penais e Outras (Dipo), autuou a família por maus-tratos a animais, posse de um papagaio sem licença ambiental e produção ou venda de alimentos impróprios para o consumo humano.
Os animais encontrados foram recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses (CZZ) para receberem tratamento médico, cuidados nutricionais, serem castrados e vacinados. Após a recuperação, todos serão disponibilizados para adoção.
Produção de linguiça
Além dos animais vivos, foram encontradas também carcaças de ao menos quatro cachorros em sacos de ração escondidos no porão da casa. O delegado Santiago afirma que isso reforça a suspeita da produção de alimento com a carne dos animais.
“Encontramos vários cachorros mortos, em sacos de ração. Isso reforça a denúncia de que os acusados abatiam os animais para usar a carne. Eles vendem linguiça artesanal nas feiras municipais e elas podem ser produzidas a partir dessa carne de cachorro”, disse.
Mais carcaças de cachorros foram encontradas no entorno da casa. Moradores da região já haviam feito denúncias, há anos, sobre o possível abate de animais. “Nós ouvíamos os gritos dos cachorros, como se fossem de dor e, logo depois, silêncio”, contou uma protetora de animais que não quis se identificar.
Fonte: O Liberal