A recente eleição e posse de Samir Xaud como Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trouxe Ricardo Gluck Paul, atual Presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), à Vice-presidência da entidade máxima do futebol nacional. Essa ascensão, no entanto, coloca Gluck Paul em uma encruzilhada, com a expectativa de uma renúncia iminente ao comando da FPF.
A eleição da CBF ocorreu por determinação da justiça carioca, que anulou a assembleia de 2022 e restabeleceu o estatuto de 2017 como o documento válido para o pleito. É justamente nesse estatuto, no Artigo 151, que reside o cerne da questão: ele veda o exercício cumulativo de cargos em poderes e órgãos distintos da CBF, incluindo a proibição de ocupar simultaneamente posições em entidades filiadas, como a FPF.
Diante desse cenário, a expectativa é que Ricardo Gluck Paul renuncie à presidência da Federação Paraense de Futebol. Essa decisão seria um estrito cumprimento ao estatuto vigente da CBF, agindo de forma ética e, principalmente, evitando novas discussões judiciais semelhantes às que culminaram no afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF.
Caso a renúncia se concretize, a FPF será comandada por seu Vice-presidente mais idoso, conforme prevê o §4º do Artigo 37 do Estatuto da FPF. A situação reforça a importância da transparência e do cumprimento das normas estatutárias nas entidades esportivas, visando a estabilidade e a credibilidade de suas gestões.
Por Ligiane Alencar