Ao longo de sua história política, o Brasil experimentou momentos decisivos marcados por rupturas institucionais e levantes populares. A pergunta sobre quantos golpes de Estado e revoltas o país já viveu exuma debates que transitam entre a historiografia e a ciência política.
Este texto aborda as interrupções mais significativas da ordem democrática, desde a Proclamação da República até o século XX, distinguindo golpes — caracterizados por ações elitistas que subvertem o poder — das revoltas, que emergem como explosões sociais de fundo popular. Através dessa análise, busca-se não apenas quantificar eventos, mas compreender seus contextos e legados para a formação nacional.
O Brasil, ao longo de sua história, teve sua ordem constitucional interrompida por golpes de Estado em momentos-chave, sendo os mais reconhecidos:
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1930: Golpe que levou Getúlio Vargas ao poder, marcando o fim da República Velha.
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1937: Instauração do Estado Novo por Vargas, fechando o Congresso e outorgando uma nova constituição.
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1945: Queda de Vargas, embora com elementos de transição negociada.
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1964: Golpe militar que instaurou uma ditadura no país, durando até 1985.
Getúlio Vargas Advogado e ex-Presidente do Brasil / Foto: redes sócias
Diferentes Tentativas e Episódios
- Levante Integralista (1938): Um grupo paramilitar de extrema-direita tentou um golpe de Estado contra o governo de Getúlio Vargas, mas a tentativa foi rapidamente reprimida pelas forças do Estado, como detalhado pela BBC.
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Tentativa de Deposição de Getúlio Vargas (1954): No contexto de uma crise política, militares de direita tentaram forçar a renúncia de Vargas do seu cargo, mas sem sucesso, segundo relatos da BBC.
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Revolta de Jacareacanga (1956) e Revolta de Aragarças (1959): Conflitos armados entre facções militares e as forças federais, que foram sufocados, mas que revelaram a instabilidade e a existência de militares que buscavam depositar o presidente eleito.
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Golpe de Estado de 1964: Este foi um golpe militar bem-sucedido que derrubou o então presidente João Goulart e deu início a uma ditadura militar que durou 21 anos, como aponta a BBC e o Arquivo Nacional.
Quanto a revoltas, o termo é mais amplo e abrange movimentos populares, rebeliões e insurreições. Alguns exemplos significativos:
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Revolta da Armada (1893-1894)
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Guerra de Canudos (1896-1897)
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Revolta da Vacina (1904)
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Revolta do Juazeiro (1914)
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Coluna Prestes (1925-1927)
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Revolução Constitucionalista de 1932