Nesse tipo de acordo, empresa colabora com investigações. Segundo a AGU, acordo é relacionado a ‘desvios de recursos da União e de empresas estatais federais’.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta segunda-feira (9) que o governo federal assinou um acordo de leniência com a construtora Odebrecht.
Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a empresa terá de devolver aos cofres públicos R$ 2,7 bilhões, em até 22 anos.
Desse total:
- R$ 900 milhões: montante de propina paga pelo grupo a cerca de 150 agentes públicos;
- R$ 1,3 bilhão: parte do lucro obtido nos contratos celebrados mediante corrupção;
- R$ 442 milhões: multa.
Como o ressarcimento será pago ao longo de 22 anos, em parcelas anuais com correção pela taxa Selic, a AGU estima que ao final do período, o valor alcance R$ 6,8 bilhões.
Além do pagamento, a empresa se comprometeu a adotar uma política de integridade para evitar novas irregularidades nos contratos futuros com o poder público, que será acompanhada por técnicos do governo.
Segundo a ministra-chefe da AGU, Grace Mendonça, o acordo serve de parâmetro, para outros acordos de leniência. No total, foram analisados 49 contratos da Odebrecht com o governo federal e suas estatais.
“Considerando todo esse volume de informações, temos hoje maturidade para firmarmos acordo de leniência como política de Estado importantíssima de combate à corrupção”, disse.
Uma das cláusulas envolve o compromisso da Odebrecht em ressarcir cofres públicos de outros países em que atuava com suborno.
Entenda o acordo de leniência
Nesse tipo de acordo, a empresa reconhece os danos causados à administração federal por meio de práticas de corrupção e se compromete a reparar os danos causados, além de colaborar com as investigações.
Em troca, a empresa obtém autorização do governo para fecehar novos contratos com a administração pública.
O acordo com a Odebrecht, informou a AGU, é relacionado a “desvios de recursos da União e de empresas estatais federais”.
Em 2016, a Odebrecht fechou acordo de leniência com os governos dos Estados Unidos e da Suíça.
No acordo, a construtora admitiu ter pago mais de US$ 1 bilhão em propina em 12 países.
Até o momento, a AGU já firmou acordos com outras 4 empresas, com ressarcimento de R$ 636 milhões.
Há outros 9 processos de negociação, com previsão de retorno de R$ 10 bilhões aos cofres públicos.
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Fonte: G1