Lista publicada no ‘Diário Oficial da União’ inclui senadores e assessores do governo. Assim como Temer, empresário descendente de libaneses Paulo Skaf integrará comitiva.
O governo Jair Bolsonaro publicou, em edição extra do “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (10), os nomes dos membros da missão de ajuda ao Líbano. A lista é capitaneada pelo ex-presidente da República Michel Temer, de família libanesa.
A capital do país árabe, Beirute, foi atingida por uma forte explosão na semana passada, que deixou mais de 150 mortos e 3 mil feridos. Ao incidente, seguiram-se protestos que resultaram na renúncia do primeiro-ministro Hassan Diab e da equipe de governo, nesta segunda.
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A comitiva será composta por 13 integrantes:
- Michel Temer, ex-presidente da República;
- Nelsinho Trad (PSD-MS), senador;
- Luiz Osvaldo Pastore (MDB-ES), senador;
- Flávio Augusto Viana Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República;
- Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega, secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Ministério das Relações Exteriores;
- Carlos Augusto Fecury Sydrião Ferreira, representante do Exército Brasileiro;
- Paulo Antônio Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e de ascendência libanesa;
- Elson Mouco Junior, publicitário do MDB e ex-assessor de Temer;
- Michael Pereira Flores;
- Ronaldo da Silva Fernandes;
- Luciano Ferreira da Sousa;
- Sebastião Ruiz Silveira Junior, e
- Marcelo Ribeiro Haddad.
Temer, que é réu em duas ações da operação Lava Jato, precisa de autorização da Justiça Federal do Rio para deixar o país. O aval foi concedido nesta segunda, graças à “natureza humanitária da missão oficial” para qual Temer foi designado.
De acordo com a publicação oficial, a delegação representará o Brasil em uma missão especial a Beirute entre quarta-feira (12) e sábado (15). A permanência das autoridades no local pode ser prorrogada, se necessário.
Bolsonaro anuncia ajuda ao Líbano e convida Temer para chefiar missão
A missão foi anunciada por Jair Bolsonaro no domingo, assim como o convite para que Temer chefiasse a delegação. Em nota divulgada à imprensa no mesmo dia, o ex-presidente disse estar honrado com o convite.
“Quando o ato for publicado no Diário Oficial serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa”, declarou no texto.
“Nos próximos dias partirá do Brasil rumo ao Líbano uma aeronave da Força Aérea Brasileira, com medicamentos e insumos básicos de saúde, reunidos pela comunidade libanesa radicada no Brasil. Também estamos preparando o envio, por via marítima, de 4 mil toneladas de arroz para atenuar as consequências das perdas de estoque de cereais destruídos na explosão”, disse Bolsonaro durante a videoconferência.
“Estamos acertando com o governo libanês o envio de uma equipe técnica multidisciplinar para colaborar na realização da perícia da explosão. Convidei como meu enviado especial e chefe dessa missão o senhor Michel temer, filho de libaneses e ex-presidente do Brasil”, finalizou Bolsonaro.
Primeiro-ministro do Líbano renuncia após onda de protestos
Megaexplosão no porto de Beirute
A explosão de mais de quase 3 mil toneladas de nitrato de amônio, em 4 de agosto, matou pelo menos 163 pessoas, feriu mais de 6 mil e destruiu partes da movimentada capital mediterrânea, combinando meses de colapso político e econômico.
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O gabinete, formado em janeiro com o apoio do poderoso grupo Hezbollah apoiado pelo Irã e seus aliados, se reuniu na segunda-feira, com muitos ministros querendo renunciar, de acordo com fontes ministeriais e políticas.
Os ministros da Informação e Meio Ambiente renunciaram no domingo (9). A mesma decisão foi tomada pela ministra da Justiça e vários legisladores do país, que se demitiram nesta segunda-feira.
O ministro das Finanças Ghazi Wazni, um negociador chave com o FMI sobre um plano de resgate para ajudar o Líbano a sair de uma crise financeira, preparou carta de renúncia e a trouxe para uma reunião de gabinete, disse uma fonte próxima a ele e à mídia local.
O gabinete decidiu encaminhar a investigação da explosão ao conselho judicial, a mais alta autoridade legal cujas decisões não podem ser apeladas, disse uma fonte ministerial e a agência de notícias estatal NNA. O conselho geralmente trata dos casos de segurança máxima.
Passo a passo mostra os detalhes da explosão em Beirute, no Líbano, que ocorreu na terça-feira (4)
Fonte: G1