A Intentona Comunista de 1935 foi uma tentativa de levante militar (golpe de Estado) ocorrida em novembro de 1935, visando derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas no Brasil e instalar um regime de inspiração comunista.
👤 Liderança e Organização
O movimento foi liderado por figuras da esquerda e organizado por uma frente política com forte influência do Partido Comunista do Brasil.
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Principal Líder (Militar e Ideológico): Luís Carlos Prestes (3 de janeiro de 1898 – 7 de março de 1990). À época, já era uma figura de grande prestígio militar e havia aderido ao comunismo.
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Organização Política: A Aliança Nacional Libertadora (ANL).
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Data de Fundação: Março de 1935.
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Ideias Principais: A ANL era uma frente ampla de oposição com um programa anti-imperialista, antifascista e agrário. Defendia a suspensão do pagamento da dívida externa, a nacionalização das empresas estrangeiras e a reforma agrária. A ANL foi declarada ilegal por Vargas antes mesmo dos levantes.
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Apoio Central (Partidário): O Partido Comunista do Brasil (PCB).
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Data de Fundação: 25 de março de 1922.
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Ideias Principais: Baseado na doutrina marxista-leninista, o PCB tinha como objetivo a instauração da ditadura do proletariado no Brasil por meio da revolução, visando a construção de uma sociedade sem classes.
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🎯 Objetivos do Movimento
A Intentona pretendia iniciar uma série de revoltas em quartéis e guarnições militares (principalmente em Natal, Recife e Rio de Janeiro) para, em seguida, tomar o poder e:
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Instalar um governo popular e revolucionário que implementasse as propostas da ANL.
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Pôr fim ao governo provisório de Getúlio Vargas (19 de abril de 1882 – 24 de agosto de 1954).
📉 Consequências e Fracasso
Os levantes armados ocorreram de forma desarticulada e foram rapidamente sufocados pelas Forças Armadas leais a Vargas, resultando em:
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Recrudescimento da Repressão: O governo utilizou o fracasso do levante como pretexto para aumentar a perseguição política contra a oposição, especialmente a de esquerda. Centenas de pessoas foram presas, incluindo Prestes e sua companheira, Olga Benário Prestes (12 de fevereiro de 1908 – 2 de junho de 1942), que foi deportada para a Alemanha nazista.
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Centralização do Poder: Foi decretado o Estado de Sítio e, posteriormente, a Lei de Segurança Nacional, garantindo a Vargas poderes excepcionais e restringindo as liberdades democráticas.
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Justificativa para a Ditadura (Estado Novo): O “perigo comunista” se tornou a principal bandeira do governo para justificar ações autoritárias. Em 1937, Vargas usou o falso “Plano Cohen” (suposta prova de um novo levante comunista) para dar um golpe de Estado e instalar o Estado Novo , uma ditadura que perdurou até 1945.