‘Marajó e as Pororocas’ no carnaval da Grande Rio em 2025

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‘Marajó e as Pororocas’ no carnaval da Grande Rio em 2025
Samba no carnaval da Grande Rio em 2025 ‘Marajó e as Pororocas’. Foto: João Ramid

O Marajó mais uma vez estará no carnaval da Marquês da Sapucaí, em 2025, com a Escola Grande Rio, apresentando o samba ‘Pororocas Parauaras’: as águas do meus encantos nas contas dos curimbós, composto por mestre Damasceno e membros da escola de samba Deixa Falar, de Belém.

O samba ‘Pororocas Parauaras: as águas do meus encantos nas contas dos curimbós’, composição do Mestre Damasceno e membros da escola de samba Deixa falar, de Belém. Descendente de escravos, tendo o pai artista de boi bumbá, tradição que ele herdou, o menino Damasceno, nascido e criado em Salvaterra, no Marajó, sempre conviveu com cantorias, tornando-se repentista, compositor, intérprete, e vocalista.

‘Marajó e as Pororocas’ no carnaval da Grande Rio em 2025
O samba ‘Pororocas Parauaras: as águas do meus encantos nas contas dos curimbós’, composição do Mestre Damasceno e membros da escola de samba Deixa falar, de Belém. Foto: João Ramid

Nascido em junho de 1954, Damasceno atribui sua saúde ao consumo de peixe, carne de búfalo e caldo de turu, e conta mais de 400 canções mostrando a cultura e a realidade dos campos marajoara. Samba no carnaval da Grande Rio em 2025 ‘Marajó e as Pororocas’.

Em entrevista exclusiva a ‘Navegação em Foco’, o artista relembra o acidente de trabalho que provocou sua cegueira aos 19 anos e a vida nos assentamentos quilombolas, onde ouvia histórias de seus avós e os ‘causos’ de caçadas e pescarias dos irmãos e parentes, que acuavam as caças com seus cães. “Tudo isso era motivo de inspiração e eu passei a descrever em meus versos o universo que me cercava e eu não podia mais ver”, relatou ele.

O poeta lamenta que toda essa cultura de plantas medicinais como a folha de pião branco e a sete sangrias, que curam muitas doenças, estão se perdendo com as curandeiras idosas que não deixam herdeiras. Ele também sonha em criar um centro cultural que mantenha seu legado e funcione como uma escola de aprendizado de poesias, artes e saberes ancestrais.

Por Pedro Medina