A esposa de João de Deus, Ana Keyla Teixeira, negou durante audiência nesta quinta-feira (4) que tinha conhecimento das armas encontradas na casa dela e do médium, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, segundo informações do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). A sessão é relativa ao processo na qual é acusada, junto com o marido, por posse ilegal de armas de fogo.
Presidida pela juíza Rosângela Rodrigues, a audiência começou às 13h30, no Fórum de Abadiânia, e terminou uma hora depois. A magistrada não autorizou a imprensa a acompanhar a sessão, após pedido da defesa de Ana Keyla. Duas testemunhas também prestaram depoimento.
João de Deus era esperado na audiência, visto que também é réu no processo. No entanto, o Grupo de Escolta Penitenciária informou ao TJ-GO que, em razão do estado de saúde do médium, ele não poderia comparecer. Preso há mais de três meses por acusação de crimes sexuais, ele está internado em um hospital de Goiânia. O médium nega os crimes.
A defesa do médium alega que as armas encontradas no armário de João de Deus são armas que ele “retirou de pessoas que pensavam em suicídio ou até mesmo em matar outras pessoas”. Segundo eles, João de Deus nunca usou essas armas. Os advogados também afirmaram que as armas foram encontradas na gaveta de roupas íntimas do médium e não de Ana Keyla, conforme aponta a denúncia.
Durante o depoimento, Ana Keyla contou que só soube da existência de uma arma em sua gaveta de roupas íntimas no dia de seu depoimento sobre o caso à Polícia Civil. A esposa de João de Deus também afirmou que não tolera armas e não permitiria nenhuma em casa por causa da filha pequena.
Ana Keyla alegou que não morava mais na casa onde as armas foram encontradas e que a residência em questão era apenas “um ponto de apoio”. Segundo ela, desde quando João de Deus ficou doente, o casal vivia em Anápolis. bau e guarda
Os advogados de defesa de João de Deus que acompanharam a audiência, Renato Marques Martins e Alex Neder, afirmaram que o médium está “muito doente e depressivo”. Eles disseram, inclusive, que receberam notícias de que João de Deus teria caído no hospital e estaria extremamente debilitado.
Testemunhas
Estavam previstos os depoimentos de quatro testemunhas, mas só foram ouvidos Maria de Fátima Lobo e Lúcio Cardoso. As demais foram dispensadas pela defesa.
De acordo com o TJ-GO, Maria de Fátima Lobo foi a primeira a ser ouvida. Ela trabalha na casa de João de Deus há 8 anos e disse que no quarto do casal, onde as armas foram encontradas, há dois guarda-roupas.
A testemunha relatou que acompanhou parte das buscas na residência e, até onde viu, as armas encontradas estava em uma gaveta do armário que era usado por João de Deus e em um baú.
Questionada pelo promotor de Justiça Luciano Miranda, Maria afirmou que não existe a menor possibilidade de as armas terem sido colocadas na residência por outras pessoas. Ela completou que as armas estavam bem guardadas, dentro de várias sacolas plásticas.
Após sair da audiência, a reportagem perguntou se Maria gostaria de se manifestar, mas ela disse que “no momento, não”. O advogado também não se pronunciou.
O segundo a prestar depoimento foi Lúcio Cardoso. Ele é amigo do casal e trabalha há 11 anos na Casa Dom Inácio de Loyola, onde o médium realiza os atendimentos. A testemunha relatou que nunca viu os réus portando arma de fogo.
Fonte: G1