Na história recente do Brasil, até 1964, direita e esquerda no Brasil por seu atos e discursos tinham estratégias ditatoriais.
Até a República de 1946, se formos analisar a ação da esquerda brizolista ou arraista, encontraremos no seu programa a Revolução Nacional Democrática mas que sonhava em suas formulações que João Goulart implantasse o socialismo a partir do uso do governo federal para este intento.
Para tal, Jango com a ajuda da oficialidade nacionalista e anti imperialista deveria neutralizar a oficialidade golpista com o intuito do rompimento com o imperialismo, aproximação dos países não alinhados e iniciando as reformas estruturais na sociedade brasileira.
Claro, esta estratégia não deu certo porque não existia burguesia nacionalista e anti imperialista no Brasil, Jango não era radical e a classe trabalhadora não tinha aparato para a auto defesa contra grupos pró capitalistas.
A direita representada pela UDN nunca venceu uma eleição presidencial na República de 1946 e apelou seguidamente ao exército por um golpe militar para chegar ao poder em aliança com os generais anti comunistas. Esta estratégia golpista se consumou em março de 1964.
Em síntese, direita e esquerda tinham estratégias golpistas na República de 1946. A democracia teve poucas chances de sobreviver naquela conjuntura de guerra fria e grave crise econômica.
Finalmente, com a redemocratização o Brasil ganhou uma esquerda democrática comandada pelo PT. O PT ganhando ou perdendo aceita as regras do jogo, é um partido democrático no discurso e na prática.
Já o Brasil ainda sofre pela ausência de um partido de direita assumidamente democrático, pluralista e que lute pelos direitos humanos, como acontece na Europa e nos EUA.
A direita precisa ser educada para a democracia na vitória e na derrota. Bolsonaro é e sempre foi um extremista que tem um projeto familiar autoritário e que é porta-voz de um projeto ditatorial, misógeno, anti nacional e anti republicano, leia-se patrimonialista.
A extrema direita bolsonariana, não é democrática, não é pluralista, não é inclusiva e não defende os direitos humanos. A direita brasileira está num barco furado da extrema direita golpista e anti humana.
O Brasil precisa que sua elite de direita e democrática se organize num partido autenticamente democrático, a exemplo da Democracia Cristã Alemã ou da direita Francesa.
A direita democrática brasileira representada por Cassab, Kalil, ACM Neto, Rodrigo Maia, Álvaro Dias e outros precisa organizar este partido de direita no Brasil e deixar para o lado os extremistas com os seus 10% de eleitores que representam.