Teocracia, com certeza você já ouviu esta palavra, bonita por sinal. Mas você sabe o que ela significa e quais as suas implicações? Pois bem, tentaremos rapidamente fazer uma exposição sobre o assunto.
Definição
Teocracia é palavra de origem grega derivada das palavras “theos”= Deus, e kratos, = poder ou governo. Ao pé da letra é “o governo de Deus ou deuses”.
Em uma linguagem teológica cristão teocracia pode ser entendida como o governo de Deus sobre todas as coisas, independente de um representante humano.
Definição mais ampla
Teocracia é comumente definida das seguintes formas, (1) alguém reivindicar ter sido escolhido por Deus, como na Europa do século XVII a XVIII, e (2) por meio de um grupo de líderes que governa mediante leis e costumes religiosos. Em ambos os casos acreditam terem sidos escolhidos, chamados e inspirados por Deus ou por deuses e o governo se dará fundamentado nessa crença e princípios.
No judaísmo
Na tradição judaica, em particular no período conhecido como “Antigo Testamento” na perspectiva cristã, esse governo se estende de Êxodo até Samuel. Porém, Israel diz ao profeta que a nação queria um rei como as demais nações, e assim Saul é escolhido, ungido rei.
História e Religião
É prática recorrente na história humana governar em nome de alguma divindade, na Europa nos séculos 17 e 18 os reis alegavam o direito divino de governar, ou seja o seu governo era uma manifestação da vontade divina.
No Islamismo países como Afeganistão, Arábia Saudita, Irã, Mauritânia e Paquistão são teocracias. O Irã por exemplo é controlado pelos aiatolás, líderes religiosos islâmicos, desde a Revolução Islâmica de 1979, que tem como bússola o Alcorão.
No Cristianismo o exemplo de teocracia é o Vaticano, governado pela Igreja Católica cujo chefe é o Papa, e a Bíblia seu livro sagrado.
Implicações de uma teocracia
A teocracia absolve a política/Estado, havendo assim uma mistura total e perigosa, pois essa teocracia será exercida por homens que dirão representar a vontade da divindade. O secularismo dos iluministas do século XVIII defendeu a separação entre igreja e política, os Estados Unidos também adotou constitucionalmente o não favorecimento a qualquer religião, e na França símbolos religiosos são proibidos, por exemplo, nas escolas.
Mas quais são as implicações?
Um estado teocrático, entenda-se a união política e religiosa, lado a lado, tende ao fundamentalismo, seja no oriente, seja no ocidente, sempre buscará controlar a sociedade nos preceitos morais, espirituais, educacionais e culturais, baseada em princípios divinos ou religiosos, desembocando sempre em censura, e em muitos casos em violência.
No Brasil em virtude da influência evangélica, especialmente, é perceptível a intensão de que o ponto de vista religioso seja levado em consideração em muitas questões, como aborto e pena de morte, por exemplo. Hoje o país flerta com uma espécie de “sai estado laico”.