Não é desconhecido de quem lê estas linhas de que em todo o cosmo há pessoas passando por inúmeras necessidades: necessidade de amor, de atenção, de cuidado, de oportunidade, de esperança e de pão.
Na Oração Dominical de Mateus 6:9-13, Jesus nos ensinou a orar “o pão nosso”, porém, o pão nosso tem sido cada vez mais, pão meu, pão seu, e cada vez menos, NOSSO. É inaceitável em uma época de revolução/evolução industrial e produção, inúmeras pessoas deitarem-se sem ter ingerido o mínimo do necessário. Crianças não só passando, mas morrendo de inanição. Enquanto isso, o desperdício de alimento é assustador.
A sociedade reflete cada vez menos os ideais do Senhor, do Reino de Deus. Olhando para esta, nos deparamos com o poder público que ainda com todos os esforços se esbarra no problema da corrupção que tira a educação, a segurança, a saúde e o pão, principalmente dos mais simples.
 Para alguns cristãos é isso que se deve esperar de uma sociedade sem Deus. Entendo que esta, além de ser uma leitura perigosa, é pessimista. Perceba que não estou falando de soteria (salvação). Meu texto tem como proposta o cuidado ao próximo independente de sua religião, cor, partido político e poder aquisitivo. A natureza pecaminosa não tirou do homem a capacidade de promover o bem social, de prover pão a quem tem fome.
E o que falar da religião, principalmente a cristã, que cada vez mais é representada não pela cruz, pelo Jesus que fazia o bem indiscriminadamente ou pelo Cristo ressurreto, mas pelas grandes catedrais, igrejas luxuosas, carros importados, salários de líderes obscenos, contas astronômicas no exterior. Enquanto isso, pessoas sofrem nas cercanias da igreja: sofrendo com a indiferença e sofrendo por lhe faltar o pão. 
É espantoso o registro da existência de inúmeras igrejas no Brasil, disputando as vilas, os grandes centros. É uma verdadeira colonização religioso-cristã em busca necessariamente não de vidas, mas de ouro, de espaço para ampliar seu domínio. 
Porém, os índices negativos na sociedade não diminuem (reconheço o papel da religião) e assim a violência aumenta, e os números de necessitados sem pão também. Com certeza o quadro é um reflexo do quanto estamos distantes do Espírito de Jesus, do Jesus que proveu pão e peixe para os pobres sem se esquecer de suas reais necessidades, o Evangelho, a salvação.
Alguns cristãos tentam amenizar suas consciências com o discurso de que o povo precisa do evangelho, do evangelho e do evangelho. Não esqueçamos que o evangelho, desprovido da ação, é fé sem obra, portanto morta.
Alguém poderá me acusar de comunismo ou adepto da missão integral, bobagem. Eu creio num evangelho poderoso para realizar transformações históricas em todos os aspectos.
Minha oração é que alcancemos o dia em que de fato possamos dizer “Pão Nosso”, para isso todos precisarão se despojar do individualismo, da soberba, do espírito de mamom e da indiferença. E olharmos para o próximo como criação de Deus, e assim como nós, digna de cuidados, de afeto, de atenção, e inclusive ou principalmente, do pão.
 
	
	
		Taciano Cassimiro		
		
		
		
	
Jornalista MTB 3190/PA, Bacharel em Teologia, Pós-Graduações: História do Brasil, Direito Político e Eleitoral, Jornalismo Político, História da América, Ciência Política e Relações Internacionais | Pós-Graduando em Comunicação em Crises Internacionais e MBA Executivo em Gestão Estratégica de Publicidade e Propaganda | Membro do SINJOR (Sindicato dos Jornalistas do Pará) e da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas). Alagoano, de Maceió. Torcedor do CSA, Vasco da Gama e Paysandu.
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