Pleito organizado pela junta militar ocorre sob forte crítica da oposição e da comunidade internacional, que questionam a legitimidade e a transparência do processo.
O Partido da Solidariedade e Desenvolvimento da União (USDP), aliado à junta militar, declarou vitória na primeira fase das eleições gerais realizadas em Mianmar. O anúncio ocorre em um cenário de profunda divisão e conflitos internos, após o golpe que destituiu o governo civil em 2021. A legenda afirmou que os resultados parciais demonstram um “forte apoio popular” à continuidade da estabilidade proposta pelos militares.
“Forte apoio popular.”
A oposição e grupos rebeldes, no entanto, rejeitaram os números e classificaram o pleito como uma encenação para perpetuar os generais no poder central. Muitos distritos não puderam votar devido à guerra civil, o que levou observadores a apontar a exclusão de milhões de eleitores. Para os críticos, a votação não possui credibilidade e foi descrita como uma “farsa eleitoral” conduzida sob coerção e medo.
“Farsa eleitoral.”
A comunidade internacional reagiu com ceticismo, alertando que a eleição agrava a crise política e humanitária no Sudeste Asiático. Diplomatas afirmam que o processo falhou em cumprir padrões mínimos de inclusão, já que o principal partido de oposição foi dissolvido. Em resposta, o comando militar defendeu o direito de autogoverno e afirmou que a votação é um passo para “restaurar a disciplina democrática“.
“Restaurar a disciplina democrática.”
Fonte: UOL Notícias / AFP (29/12/2025).
