“Política é a arte de unir os homens entre si” – Por Taciano Cassimiro

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Johannes Althusius, nasceu em 1557, na Alemanha, era de fato um intelectual, estudou direito, filosofia e teologia (Johannes era calvinista). Em 1604 publicou sua obra "Análise Sistemática da Política"

“Política é a arte de unir os homens entre si”| Johannes Althusius, nasceu em 1557, na Alemanha, era de fato um intelectual, estudou direito, filosofia e teologia (Johannes era calvinista). Em 1604 publicou sua obra “Análise Sistemática da Política” que teve mais sucesso no século XX, após sua morte.

Foi Althusius que afirmou “Política é a arte de unir os homens entre si“, ele defendia que o governo, ou monarca, deveria promover o compartilhar de valores, bens e serviços, mesmo sendo a sociedade diversificada e pluralizada. Assim como Aristóteles, Althusius reconhecia que os humanos são seres sociáveis, mas como já dito o governo como expressão da vontade e soberania popular deveria promover o compartilhar e a união dos homens mesmo em diversidade.

Escrevo esse texto em 28 de junho de 2020, de cujo contexto é marcado por infortúnios políticos e sociais, não necessariamente por causa da diversidade, e sim pela incapacidade de lidarmos com ela de forma racional. Por isso as tribulações do momento são alimentadas por governantes que agem feito monarcas absolutistas de um passado não muito distante, interessados somente em se manterem no poder.

O Brasil nesse extato momento como mostra a FOLHA DE S. PAULO por meio de diversos textos, ainda discute de forma aferroada e ameaçadora, se a Ditadura Militar de 1964-1985 foi boa ou não, e assim grupos reacionários promovem e com “aceno de líderes” manifestações pedindo intervenção militar e fechamento do Congresso Nacional. E assim a sociedade abre cada vez mais suas chagas ao invés de cura-las.

Vivemos um clima de hostilidades mais diversas, jornalistas são atacados por grupos políticos e seus seguidores, outros sofrem ações policiais sob acusação de Fake News, como foi o caso do jornalista paraense, Diógenes Brandão, no Pará. A imprensa passa de instrumento de informação, investigação e denúncia para objeto de ataque e perseguição dos poderosos. E assim temos Imprensa VS Governo, Governo VS Imprensa, quando o que bastaria era somente o poder político respeitar a Liberdade de Imprensa, e de forma justa e legitima exigir dos tribunais qualquer ato incompatível à ação da imprensa.

Na internet nacionais xingam, esculacham, ameaçam, debatem assuntos baseados em achismos ou no que alguém disse, sem que se haja pesquisa, estudo e reflexão. Destroem amizades, vínculos familiares, criam, suscitam e alimentam o ódio e intolerância motivados pela ideia de estarem defendendo seu GOVERNANTE. Assim a nação se enfraquece, perde o norte, perde a capacidade de analisar a realidade com razoabilidade e precisão, é justamente por isso que no Brasil se discute política com base em estereótipos e não em um conjunto mais amplo, mas os governantes adoram isso, e se alimentam da ignorância, dita popular.

Na contramão de Althusius os governantes brasileiros em sua maioria não promovem e nem querem promover a união entre os homens, pois se alimentam da adversidade, da discórdia, da arrogância, que nasce da incapacidade de lidar com a diversidade. Negando assim a natureza para o qual foram escolhidos soberanamente pelo povo, ou seja, deve os governantes contribuir para o bem-estar da nação, e não para o seu próprio bem-estar. Devem promover a paz, a conciliação e a harmonia mesmo estando ou governando debaixo dos mais diversos dilemas naturalmente suscitados da diversidade.

Se dissermos que o político brasileiro é o político do CAOS, não seria nenhuma hiperbole, pois é só olhar para televisão ou internet e ver os escândalos e gritos diante de cenas que os tais julgam ofender a sociedade. Retire o CAOS da agenda, provavelmente ficará ele só, no deserto de ideias, sem nada a propor, e como o político brasileiro está sempre preocupado em eleição e reeleição, sem o CAOS como conseguirá o voto? E assim, no sacrilégio da vocação continuam a promover discórdia ao invés de unir os homens entre si, em busca de um amanhã próspero para nação.

Taciano Cassimiro,

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