Jorge Pagura diz que comissão seguiu recomendação do Centro de Controle de Doenças dos EUA
O presidente da Comissão Médica da CBF, Jorge Pagura, explicou ao ge os critérios usados pela confederação para liberar quatro jogadores do Atlético-GO que testaram positivo para o novo coronavírus para enfrentar o Flamengo nesta quarta-feira, pela segunda rodada do Brasileirão.
“Nos baseamos em uma norma do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, já aceita pela Organização Mundial de Saúde. Essa norma prevê que, após um exame PCR positivo, o isolamento de dez dias é suficiente para liberar o paciente.”disse Pagura.
” Todos os clubes estão informados sobre o que ficou estabelecido. Houve um caso do Oeste (clube paulista que joga a Série B) que foi liberado com base nos mesmos critérios.”- completou.
Um documento ao qual o ge teve acesso, assinado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clovis Arns, foi enviado aos clubes das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Ele deixa claro que atletas que testaram positivo há mais de dez dias (caso do quarteto do Atlético-GO) podem jogar e não precisam realizar novos testes.
Diz um trecho do documento :
“Atletas que já apresentaram PCR de nasofaringe para COVID detectado (positivo) ou anticorpos Ig G ou anticorpos totais reagentes ou positivos há mais de 10 dias podem treinar e jogar e não necessitam realizar nenhum outro teste até o final do Campeonato”
Riscos
A nova regra foi publicada pelo CDC em 22 de julho. O resumo da publicação diz que essa medida “limita o isolamento prolongado e o uso desnecessário de recursos de teste de laboratório”.
Questionado se não seria mais seguro fazer um novo teste com esses jogadores antes que eles pudessem voltar a atuar, Pagura respondeu:
“Essa regra caiu. Não é mais preciso repetir, porque em muitos casos esses novos exames continuavam dando positivo por muito tempo, até 12 semanas, 15 semanas, em pacientes que já não transmitiam o vírus para ninguém. Não vamos liberar ninguém para jogar infectado. É seguro, não há risco.” disse
Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologista (SBI), tem uma visão parecida.
“O que a gente sabe é que um PCR positivo, depois do oitavo, nono dia de doença, não significa mais um vírus com capacidade de transmissão. Isso já está bem documentado. É apenas um material genético do vírus que pode já estar morto ou sem capacidade de infectar outras pessoas.”
Repercussão
A notícia de que quatro jogadores do Atlético-GO estavam contaminadas foi anunciada pelo secretário-geral da CBF, Walter Feldman, em entrevista para a “Fox Sports”. O próprio clube foi surpreendido com a informação – passada diretamente pelo hospital Albert Einstein para o dirigente da CBF.
Nesta semana, após o adiamento do jogo entre Goiás e São Paulo, a CBF alterou seu protocolo médico e passou a testar todos os jogadores inscritos no campeonato (até o limite de 40 por time) e não apenas 23, como anteriormente. Também liberou os clubes para utilizarem outros laboratórios e hospitais para a realização de exames. Antes, tudo era concentrado no Einstein, em São Paulo.
Procurado pela reportagem sobre a liberação aos jogadores do Atlético-GO, o Flamengo disse que “vai seguir as recomendações da CBF”.
E o caso do Corinthians?
Nesta terça-feira, o Corinthians informou que dois jogadores (Gil e Léo Natel) foram retirados da delegação para o jogo contra o Atlético-MG, nesta quarta, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. Eles testaram positivo para Covid.
O Corinthians, apesar da semelhança com o caso do Atlético-GO, decidiu não recorrer da ausência da dupla.
Fonte: GE